26 Fevereiro 2021
Foto: Reprodução Facebook
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Qual a prioridade?
Se o centro liberal começar a atacar a esquerda por não comungar do seu liberalismo econômico, estará pavimentando mais quatro anos de Jair pela frente. Esse centro precisa hoje escolher sua prioridade: ou democracia ou liberalismo econômico. Não estamos mais no tempo do FHC.
Epístola aos liberal-democratas sobre o "Bolsopetismo"
"Bolsopetismo" é uma expressão de inspiração neoliberal, que tomando liberalismo econômico como critério supremo de liberdade, confunde social-democratas com comunistas; conservadores estatistas com fascistas; e depois joga os quatro no grande saco do "autoritarismo".
Muito impolítico, como diziam os antigos.
Se o centro liberal começar a atacar a esquerda por não comungar do seu liberalismo econômico, estará pavimentando mais quatro anos de Jair pela frente. Esse centro precisa hoje escolher sua prioridade: ou democracia ou liberalismo econômico. Não estamos mais no tempo do FHC.
O centro liberal reclama de ser jogado no saco da "direita" pela esquerda; e no saco da "esquerda" pela direita. Mas essa história de "bolsopetismo" também joga esquerda e direita no mesmo saco de "autoritarismo". É preciso eleger prioridades e dar o exemplo, antes de se queixar.
Prioridade não é abdicar; é colocar em segundo plano. Depois de derrotar o mal maior, briga-se em torno da questão secundária. Foi preciso derrotar primeiro a ditadura para a democracia pudesse depois brigar em torno da política econômica nos governos FH e Lula. Briga tão encarniçada na época, e que hoje - para mim ao menos - parece retroativamente ter sido um luxo e tanto.
Bolsonaro sabe que esse tema do liberalismo econômico não só atrai os neoliberais, como divide os democratas de centro e de esquerda. Se os liberais democratas não elegerem sua prioridade - democracia ou liberalismo econômico -, o campo ficará fraturado é isso é tudo o que o presidente quer.
A estratégia eleitoral de Bolsonaro sempre foi a de governar só para 30% do eleitorado e contar com a divisão do centro liberal no segundo turno para se reeleger. O tema nevrálgico, divisivo por excelência, é o do liberalismo econômico e por isso ele se esforça tanto para manter os neoliberais ao pé de si, enrolando-os o máximo que consegue.
Eleger como prioridade o liberalismo econômico fará com que os liberais democratas façam o jogo que Bolsonaro deles espera. A esquerda também terá então todos os pretextos para dizer novamente que nenhum liberal tem compromisso com a democracia.
Quem avisa, amigo é.
PS: Esse negócio de "bolsopetismo" foi provavelmente expressão cunhada, menos uma provocação à esquerda, do que como uma jogada para afastar logo o "mercado" do governo Bolsonaro, acenando com o espantalho do antipetismo. Mesmo assim, é preciso cuidado para não queimar as pontes com a "esquerda positiva". Os liberais que querem bater Bolsonaro precisarão muito dela.
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Normas de prevenção tiradas diretamente da banca do sucos do Chaves. Bandeira preta, tratada como vermelha e com orientações da laranja.
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O alento que vem da arte de bons cartunistas
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Soja a 160 pila a saca...
Flor é coisa do passado.
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Caindo a casa dos amiguinhos do Bolsonaro. Ruy Irigaray, defensor do Escola "Sem Partido", que fez papelão na frente da escola que meu filho estuda, junto com Comandante Nádia e Cia, chamando de doutrinadores os profes ("maristas sim, marxistas não", eles protestavam), agora desmascarado por corrupção, eleito com a promessa de "combater" a corrupção e o mau uso do dinheiro público. Ele fala em deus, moral e ética...hipocrisia pouca é bobagem desta "nova" política...
De olho no ensino remoto e recursos públicos.
Colégio Leonardo da Vinci é vendido ao grupo de Jorge Paulo Lemann. Disponível aqui.
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O ódio virou um modulador de relações no Brasil, em um cenário caótico e incerto, em que rivalidades de todo tipo se sobrepõem ao que seria uma luta coletiva por direitos.
Quando o Boninho, diretor do BBB diz no seu Instagram que a “Karol Conká é a Odete Roitman do BBB 21” ele reforça o que as novelas tem de mais redutor: nos viciaram nesse esquema polarizado e simplificado da vilania e do bom mocismo.
A questão é que os participantes do BBB embaralham esses códigos da ficção e da realidade ainda mais, porque obviamente as pessoas não são totalmente boas ou más como vilões e mocinhos de novelas.
Então acho deseducativo, apesar de lucrativo, apostar nessa exacerbação do ódio dos espectadores e alimentar esse espectador não empático que quer literalmente não apenas “eliminar” o participante do programa, mas cancelar socialmente.
Karol Conká já perdeu contratos, shows cancelados, como aquelas vilãs de novelas que eram agredidas nas ruas pelo seu papel na novela.
Todas as edições do BBB já traziam esses elementos, a questão é porque apenas nessa edição, que pela primeira vez traz um elenco de metade de participantes negros, vimos esse ódio elevado a sua enésima potência?
O linchamento moral dos participantes negros começou entre os próprios brothers e sisters: Lucas humilhado por Karol Conká, achincalhado etc. O menino negro e pobre mais despreparado, sem dominar os códigos do jogo social saiu.
Karol Conká é uma negra vencedora, tem um trabalho artístico incrível, um feminismo negro viril que a torna ainda mais “insuportável”, pois tem uma autoestima avassaladora e usa seu lugar de poder como qualquer branco vencedor. Conká se identifica com esse branco sem limites e não conseguia enxergar isso dentro da bolha BBB.
A ficha caiu saindo de uma panela de pressão. O BBB mostra como você pode ter uma percepção distorcida de si e da realidade. Qualquer um de nós pode viver nessa realidade paralela distorcida quando está em uma bolha!
Karol Conká vai cair na real com uma rejeição impressionante fora do jogo! Os erros de pessoas negras e brancas dentro do ‘reality show’ da Globo não podem servir para destruir carreiras e nem como justificativa para desqualificar o ativismo e criar mais mais racismo!
O linchamento moral tem que ter um limite. Karol Conká não é Odete Roitman! #bbb21 #karolkonka
Talvez seja preciso cancelar não os participantes, mas o dispositivo deseducativo chamado Big Brother Brasil. O texto completo está na Revista Cult.
Disponível aqui.
'Judas e o Messias Negro' ensina que não se faz revolução do sofá de casa
Jairo Malta
Quem tem a sensibilidade e a frieza de olhar o mundo será responsável por guiar outros olhares. O pantera negra Fred Hampton era uma dessas pessoas. Em “Judas e o Messias Negro”, que chega agora aos cinemas, o ator Daniel Kaluuya, que interpreta esse ativista visionário de só 21 anos, presidente do partido mais emblemático do movimento negro, é um vulcão em pleno trabalho de erupção, um Vesúvio; e o sistema racista, sua Pompeia.
Assim como os messias das religiões monoteístas, Hampton tinha à sua disposição um exército de fiéis prontos para dar a vida ao movimento. Sua grande intenção era fazer esse exército crescer e multiplicar; branco, latino ou preto, isso não importava para ele. E é aí que entra o personagem principal dessa história, Judas e suas 30 moedas de Dracma.
William O’Neal, o infiltrado do Exército de Roma, digo, do FBI, é interpretado pelo ator-camaleão LaKeith Stanfield. Com suas expressões e trejeitos, ele deixa o espectador se perguntando se o enredo, baseado em uma história real, tem ou não um desfecho diferente.
Para Martin Luther King, Malcolm X ou Jesus, discursar para o povo é sua maior arma. O diretor Shaka King soube captar bem o poder desses sermões a ponto de nos emocionar. Mesmo sendo poucos esses momentos, quando ocorrem, é grande a vontade de levantar do assento de punho cerrado para o alto.
Uma tática já muito bem vista em “Pantera Negra”, da Marvel e “Corra!”, a trilha sonora com sons característicos de músicas de países africanos foi bem usada nesses momentos. Atabaques e tambores imitam as respirações e batidas do coração. É de tirar o fôlego.
Os atores Martin Sheen e Jesse Plemons, que interpretam agentes do FBI, fazem muito bem o papel de demônios brancos que estão ali apenas para mudar a história com seus privilégios, dinheiro, culpa e muito racismo. Nada diferente de uma atuação padrão de brancos num filme como esse.
Assim como em qualquer filme que se passa nos anos 1960 e 1970, as cores emudecidas dos ambientes criam contrastes com as roupas das gangues, coloridas e padronizadas como uniformes, e com os ternos pretos e camisas brancas dos agentes policiais, padrão de filmes policiais de época.
Outro contraste perceptível são as atuações de Daniel Kaluuya e LaKeith Stanfield, interpretando dois revolucionários que crescem e ganham destaque diante de seu povo com objetivos parecidos — a liberdade —, mas em dimensões bem diferentes.
Diferenças de finalidades que nos fazem perguntar o que torna alguém um revolucionário. São os fins ou os meios? Ou seria o objetivo da revolução? E até que ponto Judas era um revolucionário, assim como Jesus?
Polêmicas à parte, o filme não converte ninguém. Aparentemente, o diretor estudou numa escola sem partido, e talvez este seja o grande diferencial de "Judas e o Messias Negro", uma obra só acadêmica. Isso talvez pelo fato de um simples filme não poder cumprir esse papel. Ele se atém aos fatos — mesmo que ninguém saiba toda a verdade até hoje.
Vale dizer que Fred Hampton aparece em outra produção recente, "Os 7 de Chicago", na Netflix, já como líder dos Panteras Negras e saído em defesa de Bobby Seale, que na época estava sendo processado. Ele morre durante o julgamento.
A entrevista dada pelo verdadeiro traidor William O’Neal, divulgada em 17 de fevereiro de 1990, dois dias depois de sua morte e no dia em que se comemora o aniversário de Martin Luther King nos Estados Unidos, é o que conduz a história. Sem mais e nem menos, na sua visão, claro.
Ser um filme chapa-branca deixa a frase “você pode matar o revolucionário, mas você não pode nunca matar a revolução”, dita por Fred Hampton, um pouco sem sentido, já que em suas ausências o movimento negro durante o filme é falho e quase inexistente. Algo que claramente não é verdade.
Se há uma lição a ser tirada da obra, é que a revolução não se faz no sofá de casa ou com notas de repúdio no Twitter. Se faz com o povo nas ruas, tentando dominar o mundo.
Mas fique tranquilo. Toda a experiência de assistir a “Judas e o Messias Negro” colabora para que depois de duas horas de filme você saia arrepiado, indignado com os últimos acontecimentos, ainda mais confuso sobre a história de Fred Hampton. E, claro, louco para comprar uma calça camuflada verde, jaqueta preta, uma boina e óculos escuros Ray-Ban clássico.
Judas e o messias negro
Quando: Estreia nesta quinta (25)
Elenco: Daniel Kaluuya, LaKeith Stanfield, Jesse Plemons
Produção: Estados Unidos, 2021
Direção: Shaka King
A situação da Petrobras é bem representativa da trajetória recente do Brasil
1. Fernando Henrique Cardoso abriu o capital da empresa na Bolsa de Valores de Nova York, desnecessariamente, colocando-a sob jurisdição da legislação e do sistema judicial americano.
2. Lula transformou a empresa na cloaca da baixa política, com farta distribuição de diretorias e subsidiárias a partidos (inclusive o PP, onde estava o deputado Jair Bolsonaro) e com decisões de investimento absurdas, motivadas por interesses políticos ou, pura e simplesmente, pela corrupção.
3. Dilma Rousseff usou a empresa para maquilar os índices ascendentes de inflação.
4. Com a empresa na defensiva, denunciada e fragilizada, os urubus das finanças tomaram conta dela. Deixou de ser conduzida como uma grande petroleira brasileira e passou a ser apenas mais um ativo financeiro disponível a especuladores, que entram e saem dos mais variados negócios, sempre em busca de lucros gordos e rápidos. Na prática, foi privatizada.
Assim se destrói um país, com a participação da direita e da esquerda.
Eu duvido que o exército erre na entrega de picanha e cerveja, como aconteceu com a vacina!
Se o pazuelo fosse responsável pela transposição do São Francisco, eu fico imaginando onde a água ia parar
Essa beleza acabou de sair em português. Logo tem texto
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Aulas suspensas em Porto Alegre na justiça por conta da bandeira preta. Só assim na falta de governante responsável.
Por estes dias foi noticiado que juiz casou com a própria sobrinha semanas antes da sua morte para legar a ela pensão vitalícia.
O ditador Médici, pouco antes de morrer, fez algo semelhante, e adotou fraudulentamente a própria neta para legar à pobre mocinha uma pensão vitalícia!
Ah, estes generais honrosos, sérios, probos, pessoas de bem ....
[que tal isso Marcelo Pimentel Jorge de Souza?]
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– está com Marcio Sotelo Felippe
João Dória disse: "Sem vidas não há consumo. Mortos não consomem".
Comentário de Marcio Sotelo Felippe:
"A gente pensava que as pessoas deviam viver só porque são seres humanos. Mas não é, o problema é que elas param de consumir."
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