21 Fevereiro 2008
Entender o desenvolvimento das novas tecnologias, em especial as nanotecnologias, é o objetivo do professor Adriano Premebida. Nesta entrevista, concedida à IHU On-Line por e-mail, sobre as biotecnologias e a politização da vida, Premebida fala sobre a relação do conceito formulado por Michel Foucault e as nanotecnologias, ciborgues e Ética Mundial relacionada às biotecnologias. “Para mim, a noção foucaultiana de biopoder, principalmente na sua derivação biopolítica, torna-se uma ferramenta conceitual importante na interpretação de formas de gestão do indivíduo e, agora de forma mais atuante, do ambiente. Sua importância está vinculada ao problema da ‘população’ (seu bem-estar, sua riqueza, sua saúde, alimentação, felicidade, longevidade etc.) e suas relações com as variáveis regulatórias da vida biológica, principalmente ao se cruzarem de forma cada vez mais estreita com os avanços das bio e nanotecnologias”, declarou.
Adriano Premebida é graduado em História, pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Obteve mestrado em Desenvolvimento Rural e doutorado em Sociologia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é pesquisador da rede de pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como você analisa o potencial heurístico do conceito de biopoder presente nas nanotecnologias em desenvolvimento no país hoje?
Adriano Premebida - Para mim, a noção foucaultiana (1) de biopoder, principalmente na sua derivação biopolítica, torna-se uma ferramenta conceitual importante na interpretação de formas de gestão do indivíduo e, agora de forma mais atuante, do ambiente. Sua importância está vinculada ao problema da “população” (seu bem-estar, sua riqueza, sua saúde, alimentação, felicidade, longevidade etc.) e suas relações com as variáveis regulatórias da vida biológica, principalmente ao se cruzarem de forma cada vez mais estreita com os avanços das bio e nanotecnologias. Teoricamente, eu me apoio numa perspectiva, digamos, mais estreita da noção de biopoder/biopolítica. Não vejo utilidade para minha pesquisa a extensão dada a esta noção por Negri (2) e Hardt (3), por exemplo. A vida biológica tornou-se uma positividade e em nome dela criam-se extensas redes de poder que influenciam estruturas de formação de identidades (pautadas, por exemplo, na sexualidade, no corpo, nos genes) e relações com entidades tidas como sociais ou naturais. Ao pensar sobre as possibilidades de convívio com estes novos artefatos bio e nanotecnológicos, é necessário atentar que estas interações perfazem um espaço político. E, como aponta Agnes Heller (4), em seu livro Biopolítica, as implicações da incidência do biológico sobre a política acabam modificando a maneira como as relações de poder se expressam concretamente sobre a sociedade. A leitura que Francisco Ortega [UERJ] (5) faz de Heller sobre isto é muito instigante, pois ele aponta que as possibilidades de controle técnico sobre a vida podem criar ou reforçar um entendimento de sujeito que luta (ou se constitui politicamente) não por seus direitos, mas pelas possibilidades da vida (biológica). Toda esta temática sobre onde começa e termina a vida, das regras de atuação sobre o próprio corpo (mudança de sexo e aborto são algumas das mais expressivas), clonagem humana, alimentos geneticamente modificados, são exemplos do quanto a vida informada e controlada pela tecnociência tornou-se um tema político e não simplesmente científico.
Quanto à relação desta discussão sobre conceitos das ciências humanas com o desenvolvimento de pesquisas nanotecnológicas no Brasil, considero que ainda são incipientes as abordagens que levem em conta as interfaces entre o uso de artefatos e informações provenientes das inovações nanotecnológicas pela sociedade, e as pesquisas com viés nas ciências humanas. Existe um frutífero campo de pesquisa (principalmente para os estudos sociais sobre ciência e tecnologia), que pode instilar investigações sobre como grupos específicos de usuários ou a média da população internalizam descrevem e reelaboram suas ações cotidianas, e mesmo os sentidos de suas ontologias (o que é natural e artificial?), com o constante uso destas novas tecnologias. Eu considero que a Renanosoma (6) está sendo pioneira nestes estudos no Brasil ao reunir pesquisadores de várias áreas das humanidades com interesses nos possíveis impactos socioeconômicos, éticos, agrícolas, no mundo do trabalho e ambientais provocados pelas nanotecnologias. Além disso, a rede mantém um esforço em torno do constante diálogo com pesquisadores envolvidos diretamente com a produção de nanociência e nanotecnologias, na tentativa de formar um espaço tanto teórico, como político, para se pensar estas questões em conjunto e de forma multidisciplinar.
IHU On-Line - Caminhamos cada vez mais para nos transformarmos em ciborgues. Que interpretação você faz das transformações possibilitadas pelas nanotecnologias e biotecnologias e da reconfiguração da nossa identidade e sociabilidade?
Adriano Premebida - Realmente, com as tecnologias convergentes (biotecnologias, nanotecnologias, ciências cognitivas e tecnologias da informação), a metáfora do ciborgue foi para além da ficção científica. Graças a Donna Haraway (7), o termo ciborgue adquire maior consistência ao expressar uma possibilidade de romper com um ideal de “sujeito natural”, pleno de humanidade, pensado neste sentido mesmo anterior a qualquer tipo de socialização. Haraway pretende desconstruir uma imagem natural de categorias tais como sexo, corpo, raça, animal (primatas). Em seus estudos, ela procura mostrar como a humanidade é fruto da técnica. É isso que me atrai nela. Através de uma abordagem vinculada à sociologia da ciência (e seu foco é a biologia), procura desfazer uma imagem humanista de indivíduo calcada em uma ontologia da pureza naturalista, o que para ela é um prejuízo para as mulheres, por exemplo (e neste ponto critica parte das feministas), ao essencializar uma “natureza feminina”. Para esta autora, a humanidade é a expressão de fusões entre artefatos técnicos e corpo, no processo de distinção entre humano e animal: a política da hominização. O ciborgue é uma promessa política instalada desde a literatura, teorias sociais e movimentos reivindicatórios com visão quase metafísica da tecnologia contemporânea, como os transhumanistas. É uma narrativa enaltecedora do refinamento de novas faculdades (cognitivas, estéticas, físicas), da diversidade de possibilidades nas construções identitárias e de experiências promovidas por estas novas tecnologias.
IHU On-Line - Como se dá a biopolitização da vida nas diversas esferas da vida afetadas pelo desenvolvimento das biotecnologias?
Adriano Premebida - A vida biológica tornou-se tema e objeto político. Talvez sempre tenha sido, mas com as possibilidades de seu controle e manipulação molecular pela tecnociência, existe atualmente uma mudança qualitativa. A noção de biopolítica, neste caso, se originalmente pensada quase como uma premonição por Michel Foucault, consuma-se como fato. O que discuto na minha pesquisa é a tendência dos discursos de (des)legitimação das novas biotecnologias fundamentarem-se apenas na dimensão dos benefícios à saúde, ao ambiente, ao bem-estar. Estes categorias acabam fundamentando-se sobre um cientificismo biologizante, “politicamente correto”, e demandam expectativas políticas baseadas em variáveis biológicas. Vários autores, entre eles Francisco Ortega, Peter Pál Pelbart (8) e Agnes Heller, apontam os limites deste tipo de demanda em relação a um ideal de espaço público. Este funciona pelas discussões baseadas na noção de opinião e não do enunciado da verdade - biológica, genética, pois científica.
Não existe uma neutralidade na confluência de artefatos tecnológicos à nossa rotina diária. Estes artefatos sempre modificam, de uma forma ou outra, a imagem que temos do mundo e de nós mesmos. Para as ciências humanas, isso é importante em termos políticos, pois um modelo de governo (dos humanos e não-humanos) necessita de uma imagem de subjetividade. No atual contexto de inovações biotecnológicas, existem grandes chances da constituição de um sujeito que se compreende e se governa sobre processos de distinção biológicos, e não culturais ou sociais. Se Foucault apontou o papel da sexualidade na questão das tecnologias de construção de si, prevê-se isso, no atual contexto, com os genes. A racionalidade política baseada no liberalismo modifica os termos da problemática da governamentalidade. Aos indivíduos prega-se a liberdade para dirigirem-se a si mesmos de acordo com seus interesses particulares. Mas esta liberdade é dada quanto mais se internaliza mecanismos de autogoverno e auto-regulação. A questão é como técnicas de si baseadas em entidades biológicas se constituirão: ou de modo essencialista ou de modo criativo e cheio de surpresas. Os usos das novas biotecnologias constituem mais uma experiência para a manutenção de um regime de verdade (que legitima os anseios por estas inovações) e de controle sobre a vida. As promessas da modernidade, do conhecimento científico principalmente, podem ser analisadas por um enfoque do avanço da lógica biopolítica sobre variadas áreas do conhecimento. Se o eixo de ação política de um sistema de poder situa-se principalmente sobre o corpo, o que está em jogo agora não é apenas o corpo humano em sua inteireza individual e limitada por barreiras entre espécies (como apontam Jonatas Ferreira [9] – UFPE e Rosa Pedro [10] – UFRJ), mas a indistinção de fronteiras culturais como a de animal, vegetal e humano na instrumentalização industrial de políticas sociotécnicas sobre a vida biológica. A própria natureza em sua totalidade, agora mais do que nunca, é um espaço moldável, flexível e transitável para uma lógica política atada a um novo horizonte tecnológico.
IHU On-Line - Por mais que as nanotecnologias possam se desenvolver, elas estão bastantes presentes no nosso cotidiano atual. Caminhamos para uma sociedade pós-moderna? Como o senhor define essa sociedade pós-moderna?
Adriano Premebida - Este é um debate árduo, pois implica a difícil definição ou mapeamento de critérios que indiquem o que seja a modernidade. Vejo o pós-moderno mais como um corpus que agrega todo um conjunto de mudanças conceituais e estilísticas, de 30 anos para cá mais ou menos, ocorrido na academia (construcionismo, estudos culturais, multiculturalismo etc.), na expressão individual (cultura pop), no discurso político e no campo artístico. Eu não consigo articular muito bem as mudanças sociais e culturais de nossa época sob a expressão de “sociedade pós-moderna”. Utilizo algumas das dicas metodológicas de autores apontados como pós-modernos, mas não consigo situar-me muito bem, em termos empíricos ou históricos, na vasta agenda temática e de pressuposições deste conjunto de idéias.
IHU On-Line - E como o senhor vê o lugar da ética dentro dessa sociedade em constante transformação devido à evolução das tecnologias e a inserção dela na vida das pessoas? Qual será a ética do futuro pós moderno, em sua opinião?
Adriano Premebida - Espero que o termo ética não torne moeda gasta pelo seu uso excessivo em um momento em que mais se precisará dela. As constantes ondas de transformações tecnológicas impõem-nos escolhas sociotécnicas mais complexas e radicais. Se nossas intenções e razões práticas (o campo do julgamento) não estiverem focadas mais no plano público e menos no privado, sem dúvida tudo continuará como está (para o bem o para o mal). Não faço idéia de como será constituída uma ética do futuro, mas posso apontar algumas questões de cunho teórico, válidas, imagino, para esta constante interação entre humanos e não-humanos. A modernidade ocidental, graças à influência do cristianismo, ensinou-nos a tomarmos decisões corretas sobre nossos comportamentos como se existisse estruturalmente no mundo uma verdade orientadora deste comportamento (no caso, a verdade divina): basta-nos seguir esta verdade e tomarmos a decisão sobre nossas ações.
Isso transpõe-se para o mundo moderno e secular. É por isso que temos dúvida de tudo, precisamos de experts, de uma autoridade para nos orientarmos sobre saúde, o que comer, como educar nossos filhos, como fazer isso ou aquilo. Não estou criticando esta postura, mas indicando como, de forma geral, tomamos nossas decisões. A questão é que entre a verdade e comportamentos corretos existe muita contingência. Quero dizer com isso, de forma muito resumida, que nossas decisões a respeito de questões sociotécnicas não podem ser deixadas apenas nas mãos de especialistas. Eles são imprescindíveis para estas decisões, mas precisam considerar outras opiniões em uma arena de debate público. Dá-se a palavras a eles, estes explicam a justeza de seus argumentos, a validade de suas informações, mas não precisamos lhes dar o poder de decisão. Isso contraria o exercício da democracia. Mas, de certa forma, já temos alguns modelos interessantes de fóruns sobre escolhas e posturas a adotar em relação a nanotecnologias, por exemplo – os nanofóruns realizados em alguns países no âmbito da União Européia.
Se aproximarmos a discussão sobre ética de uma “estética da existência”, as possibilidades dadas por estas novas tecnologias são muito interessantes, em termos de novas configurações sociais. Os indivíduos terão chances extraordinárias de experimentação de formas de vida e de auto-elaboração corporal, um prato cheio para quem gosta das discussões sobre o pós-humano. Esta é uma discussão que Foucault desenvolveu no final de sua vida, ao associar ética e estética, para além de um sujeito desejante e ávido por encontrar sua identidade sexual. Este espaço de encontro entre ética e política torna-se um lócus de discussão teórica a respeito da criação de novas relações sociais e sistemas de pertencimento grupal, centradas em uma ética da amizade. Francisco Ortega, no livro Para uma política da amizade, analisa brilhantemente esta questão.
IHU On-Line - Será que estamos preparados para tamanhas transformações?
Adriano Premebida - Não sei. Só saberemos disso após o “acontecimento”. Alguns se preocupam com a velocidade dessas inovações tecnológicas e a maneira como iremos acompanhar isso. Ou seja, nossas instituições sociais, nossas regras jurídico-normativas estão preparadas para tamanha velocidade de mudança? Vejam-se as possibilidades da reprodução assistida e as discussões sobre maternidade ou paternidade daí decorrentes. As tecnologias reconfiguram categorias sociais (como maternidade, filiação etc.). As disciplinas que tratam destas categorias, como a psicologia, sociologia e antropologia, precisam acompanhar estas mudanças. De acordo com Laymert Garcia [11] (Unicamp), a distância entre a tecnologia contemporânea e os parâmetros que utilizamos para representá-la, julgá-la e entendê-la é enorme. Para quem segue estas inovações em bio e nanotecnologias esse fenômeno é impressionante. A questão é como se equipar com ferramentas conceituais, éticas e políticas (geopolítica) para lidarmos com estas mudanças que abalam nossos referenciais sobre natural/artificial, corpo/espírito, ambiente/sociedade. As reivindicações relacionadas a estas novas tecnologias pululam por todo lado, possibilidades de clonagem de seres humanos, modificações corporais radicais, animais transgênicos de uso doméstico, mudanças relacionadas à identidade sexual, por exemplo. Nós precisamos nos equipar com um bom arsenal teórico para compreendermos estas demandas e seus impactos.
IHU On-Line - Esse desenvolvimento das tecnologias, tornando tudo cada vez menor, mas nos tornando cada vez mais cidadãos dessa aldeia global, como pensou Mcluhan (12), pode mudar nossa moral e os valores que predominam hoje na sociedade? De que forma?
Adriano Premebida - Creio que quanto mais nos entrelaçamos nesta “aldeia global” mais explicitamos nossas diferenças. Precisaremos ter cada vez mais, pela aproximação das distâncias geográficas e “atenuação” das fronteiras nacionais, que aprender a conviver com o outro. A humanidade constitui-se pela diversidade e o âmbito público é essencial para as potencialidades de expressão desta diversidade (formas de vida). A constituição de uma política que inclua, de forma justa, a demanda pelo uso destes novos artefatos tecnológicos – em um processo de mundanização – é algo importante para refletirmos este constante recrutamento do ambiente e da vida biológica nas decisões humanas.
IHU On-Line - Se mudarmos esses valores, estaremos caminhando para uma ética mundial, onde haverá uma unidade entre as nações, ou as diferenças e singularidades ficarão ainda mais em evidência predominando o estado de exceção?
Adriano Premebida - Não basta elaborarmos cartas de intenções se a disposição das relações de poder no mundo econômico, por exemplo, continuar desigual e concentrada. Se Giorgio Agamben (13) estiver certo, o estado de exceção é o paradigma político da atualidade. Para mim – e concordo com ele –, a narrativa política contemporânea é fortemente baseada sobre a “vida nua”. Com a produção e difusão vertiginosa de conhecimentos bio e nanotecnológicos a vida (diversidade de formas de vida social) transforma-se, em termos de regime discursivo, em vida biológica. Para Hannah Arendt (14), a entrada do “fato da vida” na política foi decisiva na constituição da modernidade ocidental, concretizando-se no estado nazista um regime biopolítico por excelência. Por outro lado, a biopolítica, enquanto modelo explicativo, tem seus limites empíricos. Dependendo da forma como as pessoas interagem com estas novas tecnologias (e a enunciação da verdade científica) e o conseqüente arranjo estrutural de poder sobre elas, as possibilidades de ação são imensas. Digo isso, pois as pessoas não validam as crenças ou enunciados científicos, tidos como verdadeiros, de uma forma estritamente conceitual.
Elas validam suas crenças pela experimentação diária, abusando das possibilidades e rompendo as barreiras postas pelo conceito. Isto é importante nesta discussão sobre como as pessoas podem utilizar de forma flexível categorias tidas como fundamentais para a construção de identidades, como a sexualidade e, agora, as informações genéticas. Se estas categorias forem utilizadas de forma estrita (conceitual), validando-as de forma universal e atemporal como determinantes do humano, corre-se o risco de legitimarmos uma “eugenia liberal” disponível no mercado biotecnológico, como mencionado por Jürgen Habermas (15). Mas as crenças são utilizadas – e modificadas – pelas pessoas como formas de ação, como meio de ajustar as interações dos objetos no mundo e consigo mesmo. Neste ponto estou mais próximo de Ian Hacking (16), e seu realismo de entidades, com uma proposta que visa mostrar as constantes adequações das pessoas com as categorias e classe de seres que transitam por suas experiências cotidianas. É uma posição teórica mais aberta, sem dúvida, embora precisemos estar atentos às disposições concretas das relações de poder envolvidas nos problemas sociotécnicos contemporâneos.
Notas:
(1) O filósofo Michel Foucault foi professor no Collège de France de 1970 a 1984. Tratou principalmente do tema do poder, rompendo com as concepções clássicas do termo. Para ele, o poder não pode ser localizado em uma instituição ou no Estado, o que tornaria impossível a "tomada de poder" proposta pelos marxistas. Para analisar o conceito, estudou o poder disciplinar e o biopoder e os dispositivos da loucura e da sexualidade. As edições 119 e 203 da Revista IHU On-Line foram especial sobre Foucault. Também a edição 13 dos Cadernos IHU em Formação tratou do pensamento do autor
(2) Antonio Negri é um filósofo político marxista italiano. Conhecido por sua atividade política, Negri adquiriu notoriedade internacional nos primeiros anos do século XXI, graças ao livro Império (5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003) e Multidão (Rio de Janeiro: Record, 2001), escritos em co-autoria com seu ex-aluno Michael Hardt. O livro tornou-se um dos manifestos do movimento anti-globalização. Negri foi preso político. Negri refugiou-se França e ensinou na Universidade de Paris-VIII e no Collège International de Philosophie. Atualmente, Negri vive em Veneza.
(3) Michael Hardt é professor de Literatura da Duke University. Autor de Gilles Deleuze - Um aprendizado em Filosofia (São Paulo: Editora 34, 1996). Atualmente, trabalha em uma pesquisa sobre a obra do cineasta Pier Paolo Pasolini.
(4) Agnes Heller foi discípula de Lukács. Foi professora de sociologia na Universidade de Trobe, na Austrália. Atualmente, leciona na New School for Social Research, em Nova Iorque.
(5) Francisco Javier Guerrero Ortega é doutor em Filosofia, pela Universität Bielefeld, Alemanha. Atualmente, é coordenador da equipe brasileira do projeto de cooperação intercultural Brasil/Alemanha PROBRAL sobre o tema: "O sujeito cerebral: impacto das neurociências na sociedade contemporânea". É professor do departamento de ciências humanas em saúde do Instituto de Medicina Social da UERJ.
(6) Rede de Pesquisa em Nanotecnologia, Sociedade e Meio Ambiente da fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
(7) Donna Haraway é uma escritora. Criou a Ciborgologia. Seu objetivo aparece logo na primeira frase de seu livro Manifest for cyborgs: "Este ensaio servirá para construiar um mito politico cheio de fé sobre feminismo, socialismo e materialismo (...) No centro de minha fé irônica, minha blasfêmia, é a imagem de um cyborg".
(8) Peter Pál Pelbart é doutor em Filosofia, pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
(9) Jonatas Ferreira é doutor em Sociologia, pela University of Lancaster. Atualmente, é professor da Universidade Federal de Pernambuco.
(10) Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro é doutora em Comunicação, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, é professora do Instituto de Psicologia da UFRJ, onde coordena a Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social.
(11) Laymert Garcia dos Santos é jornalista, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutor em Ciências da Informação, pela Universite de Paris VII - Universite Denis Diderot, e pós-doutor, pela Universidade de Paris VII, pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e pela St. Antony`s College - Oxford University. Atualmente, é professor do departamento de Sociologia da Unicamp.
(12) Herbert Marshall McLuhan foi um filósofo e educador canadense. Introduziu o impacto sensorial, o meio é a mensagem e aldeia global como metáforas para a sociedade contemporânea, ao ponto de se tornarem parte da nossa linguagem do dia-a-dia. Teórico dos meios de comunicação, foi precursor dos estudos midiológicos. Seu foco de interesse não são os efeitos ideológicos dos meios de comunicação sobre as pessoas, mas a interferência deles nas sensações humanas, daí o conceito de "meios de comunicação como extensões do homem" (título de uma de suas obras), ou "prótese técnica".
(13) Giorgio Agamben nasceu em Roma, em 1942. Formado em Direito, com uma tese sobre o pensamento político de Simone Weil, é responsável pela edição italiana da obra de Walter Benjamin. Foi professor da Universitá Di Verona e da New York University, cargo ao qual renunciou em protesto à política de segurança do governo norte-americano. Atualmente, leciona Estética na Facoltà Di Design e Arti della IUAV, de Veneza. Sua produção centra-se nas relações entre filosofia, literatura, poesia e, fundamentalmente, política. Entre suas principais obras, estão Infância e história, Estâncias, A linguagem e a morte e Homo sacer I: o poder soberano e a vida nua I (todos lançados pela editora UFMG) e Estado de exceção e Profanações (lançados pela Boitempo). Leia também a edição 81 da Revista IHU On-Line sobre Estado de exceção e vida nua, baseado nas teorias de Agamben.
(14) Hannah Arendt foi uma teórica política alemã. Estudou filosofia com Martin Heidegger, relacionando-se passional e intelectualmente com ele. Posteriormente, Arendt foi estudar em Heidelberg, tendo escrito na respectiva universidade uma tese de doutoramento sobre a experiência do amor na obra de Santo Agostinho, sob a orientação do filósofo existencialista Karl Jaspers. O trabalho filosófico de Hannah Arendt abarca temas como a política, a autoridade, o totalitarismo, a educação, a condição laboral, a violência, e a condição de mulher. Sobre seu trabalho, existem os Cadernos IHU em formação de número 17, intitulado Hannah Arendt & Simone Weil - Duas mulheres que marcaram a Filosofia e a Política do século XX. As edições 168 e 206 da Revista IHU On-Line também falaram sobre a autora.
(15) Jürgen Habermas é um filósofo e sociólogo alemão. Foi assistente de Theodor Adorno no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt. Em 1968, transferiu-se para Nova York, passando a lecionar na New Yorker New School for Social Research. A partir de 1971, dirigiu o Instituto Max Planck, em Starnberg, na Baviera. Em 1983, transferiu-se para a Universidade Johann Wolfgang von Goethe, de Frankfurt, onde permaneceu até aposentar-se, em 1994. Continua, até o presente momento, muito prolífico, publicando novos trabalhos a cada ano, e freqüentemente participa de debates e atua em jornais, como cronista político. Em geral considerado como o principal herdeiro das discussões da Escola de Frankfurt, Habermas procurou, no entanto, superar o pessimismo dos fundadores da Escola, quanto às possibilidades de realização do projeto moderno, tal como formulado pelos iluministas.
(16) Ian Hacking é um filósofo especializado em Filosofia da Ciência. Graduou-se na University of British Columbia (1956) e na University of Cambridge (1958), onde estudou no Trinity College. Hacking doutorou-se em Cambridge em 1962, sob a orientação de Casimir Lewy, um ex-aluno de Wittgenstein. Após lecionar por vários anos na Stanford University, foi para a University of Toronto em 1982. Em 2001, ele foi apontado para a cátedra de Filosofia do Collège de France
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"A vida biológica tornou-se tema e objeto político’. Entrevista especial com Adriano Premebida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU