15 Junho 2016
O Metropolita Hilarion, com referência à decisão do Santo Sínodo da Igreja Russa que solicitou um adiamento do Concílio Pan-ortodoxo em programa em Creta de 19 a 26 próximos, se não se assegura a participação das 14 igrejas autocéfalas que o convocaram (e três delas que já desertaram), disse: “A situação não é catastrófica, é uma situação regular”. É clara a intenção de desdramatizar, mas não é claro quanto se queria comunicar.
O comentário é de Luís Badilla, jornalista, publicado por Sismografo, 14-06-2016. A tradução é de Benno Dischinger.
De vários lugares, nestas horas, se auspica que as palavras do Metropolita sejam uma porta aberta e não uma porta fechada; uma perspectiva, embora difícil, e não um ponto final. Não parece possível tornar vã, em poucos dias, uma preparação que na realidade durou mais de meio século. É grave e triste quanto está acontecendo no mundo ortodoxo que, após 12 séculos, parecia ter encontrado um mínimo denominador comum atingido com fadiga, sacrifício e generosidade. É verdade que as questões internas que dividem e antagonizam os ortodoxos são muitas e delicadas, mas também é verdade que sem reunir-se, olhar-se face a face, discutir e procurar acordos, é difícil que as coisas possam mudar.
A falta de unidade entre os ortodoxos fere também a Igreja Católica e um Concílio Pan-ortodoxo sem todas as igrejas principais e mais radicadas no coração dos fiéis da ortodoxia é um fato que preocupa gravemente também a comunidade católica, igualmente porque isso danifica o necessário e urgente diálogo ecumênico. Numa hora de coisas delicadas e difíceis os católicos têm uma só arma, poderosa e eficaz: orar pelos irmãos ortodoxos e pela sua unidade, na qual se joga também a outra unidade tão desejada, aquela de todos os cristãos hoje separados.
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Concílio Pan-ortodoxo partido ao meio? Uma ferida também para os católicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU