26 Abril 2016
A Cúria, que possui a multinacional Faac, investirá grande parte dos lucros para incentivar a assunção de centenas de desocupados nas fábricas do território.
A reportagem é de Eleonora Capelli e Caterina Giusbert, publicada por Repubblica, 25-04-2016. A tradução é de Benno Dischinger.
Um plano extraordinário para o trabalho da Cúria de Bolonha com os lucros milionários da Faac, a multinacional que produz portões automáticos deixada em herança à igreja. Não só microcrédito para quem quer “lançar-se” numa atividade empresarial, mas um verdadeiro e próprio fundo ad hoc para os desempregados, os excluídos do mercado de trabalho e os “exuberados” à procura de uma recolocação. Incentivos visando as empresas por um ano para assumir trabalhadores “frágeis”, para restituir-lhes um projeto de futuro.
O anúncio do plano no qual se trabalha na Cúria, com “braço operativo” da Caritas, é esperado dentro de algumas semanas, mas os detalhes já são claros. Espera-se, de fato, no exemplo de Rimini, onde o professor Stefano Zamagni está entre os garantes do fundo diocesano. O economista tem agora “importado” o projeto na cidade sob a solicitação do bispo Matteo Maria Zuppi que havia anunciado: “Uma parte dos lucros da Faac será destinado a quem não encontra emprego”. “Não é esmola”. A instituição de um fundo ad hoc servirá para isto, dezenas de postos de trabalho encontrados na cidade do litoral (eram 59 em setembro passado, com uma consignação de 360 mil euros) fazem bem em esperar pelo êxito bolonhês do projeto.
“Não se trata somente de dar uma esmola, mas de ajudar na busca de um trabalho que pode render autônomos – explica Zamagni – e isto se pode fazer em Bolonha porque há empresas disponíveis e os fundos da Faac são consistentes, fala-se de milhões, agora é preciso fazer avançar o modelo”. O modelo do fundo se baseia no diálogo com as empresas e a sociedade civil ativa no social. “A operação é muito transparente, e parte do dado de fato, que são os indivíduos débeis que permanecem fora do mercado de trabalho – explica o economista que sedia na Pontifícia Academia das Ciências sociais. O fundo serve para cobrir por um ano 30% das despesas sustentadas pela empresa para assumir estes trabalhadores. É um modo de facilitar o ingresso, pois as pessoas no espaço de um ano podem aprender, também graças a cursos de formação, sempre organizados ad hoc”.
Um milhão à Caritas. Um sistema semelhante àquele estabelecido pela lei italiana para a reinserção laboral das pessoas desfavorecidas, que prevê facilitações fiscais em caso de assunção. O ponto é que, enquanto para as desabilitações existe uma certificação sanitária que permite serem inseridos neste percurso, com as fragilidades mais gerais se acaba numa espécie de “limbo”. “Na fazenda as pessoas com dificuldades de diversa natureza parecem pouco apetecíveis – explica o professor – mas com este incentivo podem ser postos em forma”. A coluna que sustenta o inteiro sistema é naturalmente constituída pelos úteis da Faac, que representam uma cifra ingente. Em 2014 esta cifra chegara ao nível recorde de 38,7 milhões por uma série de operações financeiras, mas no ano anterior se falava em geral de 13 milhões. Um milhão, no entanto, será distribuído nas próximas semanas às famílias em dificuldade, sempre através da Caritas.
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Bolonha, o bispo-empreendedor: milhões de euros para criar postos de trabalho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU