A cada 10 minutos, nasce uma criança sem nacionalidade no mundo, estima ONU

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04 Novembro 2015

Após coletar centenas de depoimentos de apátridas, agência de refugiados diz que condição gera sentimentos de discriminação e frustração nas crianças.

Atualmente, cerca 10 milhões de pessoas são consideradas apátridas em todo o mundo. Segundo dados revelados nesta terça-feira (03/11) pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), estima-se que uma criança nasça a cada dez minutos sem qualquer nacionalidade.

A reportagem foi publicada por Opera Mundi, 03-11-2015.

Este fenômeno ocorre sobretudo porque as mulheres dão à luz ao longo de suas jornadas em busca de refúgio, de modo que muitos nascimentos acabam não sendo registrados em meio aos conflitos.

De acordo com os dados da agência da ONU, Mianmar, Costa do Marfim e Tailândia são alguns dos principais países onde vivem as populações apátridas mais numerosas.

Para o Acnur, contudo, a condição de apátrida gera efeitos nocivos nas crianças, já que provoca sentimentos de discriminação, frustração e desesperança que muitas vezes persistem na idade adulta.

Após coletar depoimentos de 250 pessoas, a agência explica que os menores se descrevem como "invisíveis", "extraterrestres", "vivendo nas sombras", "cachorros de rua" e "sem valor".

Além disso, a condição de marginalidade social faz com que muitos apátridas tenham direitos fundamentais negados, como a obtenção de diplomas acadêmicos e o acesso ao trabalho digno.

Esses testemunhos fazem parte de um novo relatório publicado pelo Acnur que é lançado nesta semana junto à campanha "#IBelong" ("Eu pertenço"), que tem como intuito o fim da condição de apátridas até 2024.

"Nenhuma criança deveria ser apátrida. Todos deveriam pertencer a algum lugar", afirmou o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, em comunicado.

Segundo Gueterres, a resolução desta questão é "relativamente fácil de resolver e prevenir": os Estados devem assegurar que todas as crianças sejam oficialmente registradas ao nascer e também devem colocar fim às leis e práticas que negam a filiação a um país por motivos de raça, etnia e religião.