Vaticano recusa credenciamento do jornal La Repubblica para a viagem papal a Cuba e EUA

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28 Julho 2015

Trinta anos depois, o vaticanista do jornal La Repubblica é novamente excluído do avião papal, que levará Francisco para Cuba e para os EUA com os jornalistas na comitiva. Na época, coube ao nosso enviado Domenico Del Rio, expulso por ter escrito artigos críticos sobre o pontificado wojtyliano. Hoje, é a vez de Marco Ansaldo, que acompanha a Santa Sé há cinco anos e viajou com dois pontífices em 19 ocasiões.

A nota foi publicada no jornal La Repubblica, 24-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A razão oficial, comunicada no dia 23 por carta do padre Federico Lombardi, chefe da Sala de Imprensa, é o excesso de pedidos para o voo papal, com a necessidade de uma "seleção drástica e dolorosa".

Mas a essa explicação técnica, no mesmo dia e pela mesma assinatura, sobrepôs-se outra explicação totalmente política: para além do critério restritivo, no caso do La Repubblica, "também incidiu de modo determinante – escreve Lombardi a Ansaldo – a intenção de aplicar uma 'sanção' pela publicação da encíclica por parte da revista L'Espresso (com link no site do La Repubblica) que faz parte do Grupo, de modo que a não admissão, neste caso, teria havido de qualquer maneira".

Portanto, primeiro, o Vaticano se esconde atrás de razões burocráticas. Depois, muda de versão, considerando-se até mesmo no direito de "sancionar" um jornal, porque uma revista semanal do mesmo grupo editorial decidiu, na sua liberdade e na sua autonomia, antecipar a encíclica, lincada por todos os sites interessados e que, depois, apareceu em todos os jornais.

Um contrassenso ridículo e anacrônico. A Santa Sé pode fazer com que suba e desça do avião do papa quem ela quiser, dado que é ela que vende os bilhetes. Mas não pode impor "sanções", ainda mais por extensão arbitrária.

Não lhe reconhecemos esse título, defendemos o nosso trabalho e reivindicamos não ser discriminados ao fazer isso, a serviço dos leitores e no interesse comum da verdade, que nunca deveria existir em duas versões, no espaço entre uma manhã e uma tarde.