27 Julho 2015
Antes da visita programada de Barack Obama ao Quênia, nos dias 24 a 26 de julho, os bispos católicos prometeram se opor a qualquer defesa da homossexualidade e do controle populacional por parte do presidente dos Estados Unidos.
A reportagem é de Fredrick Nzwili, publicada na revista The Tablet, 23-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Obama tem sido um defensor aberto dos direitos dos homossexuais: a própria Casa Branca foi iluminada com as cores do arco-íris para celebrar a decisão da Suprema Corte, no mês passado, de legalizar o casamento gay em todo o país. Os bispos africanos condenaram amplamente essa decisão.
Obama deve ir para Nairóbi para a Cúpula Global de Empreendedorismo 2015. Na terra natal de seu pai, os bispos católicos temem que ele promova uma agenda dos direitos gays em um país onde as Igrejas se opõem à homossexualidade como antibíblica e culturalmente ofensiva. A Constituição do Quênia proíbe a homossexualidade ativa, e os atos homossexuais podem levar a uma pena máxima de 14 anos.
"Ele deve se ater ao seu objetivo, a conferência econômica", disse Dom Paul Njiri Kariuki, da diocese de Embu. "Devemos manter a nossa seriedade. Eu acho errado que qualquer um nos pressione a aceitar o que não é moralmente correto".
Dom Kariuki disse apoiar as manifestações previstas para a visita, que defendem o casamento como a união entre um homem e uma mulher. "Eu acho que os homossexuais precisam de ajuda. Quando eles vêm até nós, nós tentamos ajudá-los e reabilitá-los", disse.
Em 2013, quando Obama visitou a África, o arcebispo de Nairóbi, cardeal John Njue, disse ao presidente dos EUA que ele devia respeitar os valores culturais africanos. "Eu não acho que Deus cometeu um erro quando criou Adão e Eva e lhes disse o que fazer", disse o cardeal Njue na época.
Ao mesmo tempo, os bispos estão preocupados que Obama possa pressionar por medidas de controle populacional. Muitos bispos detectam essa agenda por trás da defesa agressiva por parte de algumas ONGs de contracepção e de descriminalização do aborto.
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Bispos do Quênia se preparam para enfrentar Obama sobre questões gays - Instituto Humanitas Unisinos - IHU