01 Junho 2015
Da iminente encíclica ecológica do Papa Francisco se conhece somente o título: "Laudato sii". Mas os ataques já começaram.
A mira dos ataques, no momento, não é a encíclica enquanto tal, cujo texto ainda não é conhecido, mas o que se move ao redor da mesma. Em primeiro lugar um guru mundial do "desenvolvimento sustentável" repetidamente acolhido com todas as honras no Vaticano e indicado, por alguns, com um dos inspiradores do texto pontifício.
O cometário é de Sandro Magister, publicado no seu blog Settimo Cielo, 01-06-2015. A tradução é de IHU On-Line.
O seu nome é Jeffrey Sachs. Ele dirige o Earth Institute da Universidade de Columbia, em Nova York, e nos anos 1980 e 1990 se tornou conhecido pela "shock therapy" que ele aplicou em alguns países da América Latina e do leste europeu para que passassem rapidamente à economia do mercado livre, com todas as consequências sociais.
Mas, sobretudo, ele se distingue pela defesa da redução dos nascimentos, especialmente nos países pobres, promovida em larga escala pela ONU, de cujo secretário-geral Ban Ki moon, Sachs é 'special advisor'.
E é este ponto que levanta as maiores críticas de católicos, também experts em economia.
Um deles, ex-presidente do IOR, Ettore Gotty Tedeschi, recentemente escreveu uma carta aberta ao papa Francisco na qual não cita o nome de Sachs mas contexta frontalmente as suas teorias.
Gotti Tedeschi afirma que a atual crise da economia mundial teve a sua origem na "aplicação das teorias neomalthusianas que inspiraram e forçaram a queda dos nascimentos".
Apesar disso, Sachs frequentemente é hóspede no Vaticano desde que Jorge Mario Bergoglio é papa. No verão de 2013 e em abril do mesmo ano, juntamente com Ban Ki-moon, ditou as linhas que orientaram os eventos internacionais promovidos pela Pontifícia Academia das Ciências, sobre questões como "as dimensões morais da mudança climática e da humanidade sustentável".
O organizador destes eventos no Vaticano e que estendeu o tapete vermelho para Sachs é o ativissimo chanceler da Pontifícia Academia das Ciências, o bispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, muito próximo do papa Francisco.
Assim, não surpreende que também Sorondo acabou na mira dos críticos. O mais implacável, Stefano Gennarini, o submeteu a um intenso interrogatório publicado em inglês e em italiano, no dia 18 de maio, no seu blog “Turtle Bay and Beyond. International Law, Policy, and Institutions”.
Stefano Gennarini nasceu na Itália, diplomado em teologia em Londres e especializado em direito nas Nações Unidas, na Notre Dame University. Casou-se com uma americana e vive em Maywood, New Jersey. Ele dirige o Instituto de Estudos sobre a Família e os direitos humanos e trabalhou como missionário na Nigéria e nas Índias Ocidentais.
Juntamente com o seu irmão Giuseppe, foi um dos primeiros seguidores do Caminho Neocatecumenal fundado por Francisco "Kiko" Argüello, do qual é um colaborador de extrema confiança. Quando Joseph Ratzinger era arcebispo de Munique, o seu contato com o Caminho era o próprio Stefano Gennarini, que fora seu aluno em Regensburg.
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"Laudato Sii" ainda não foi publicada, mas as críticas já começaram - Instituto Humanitas Unisinos - IHU