16 Março 2015
O pontificado? "Eu tenho a sensação de que o meu pontificado pode ser breve. Quatro ou cinco anos." Sobre a sua morte, considerando-se o fato de que ele goza de boa saúde, Bergoglio é um pouco fatalista e tem que pensar um pouco, como Ratzinger. "Deus é eterno, enquanto o tempo é um ídolo, quando se torna objeto de veneração." Os direitos autorais dessa frase pertencem a Bento XVI; foi pronunciada há vários anos, no entanto, poderia ter sido escrita e pensada pelo próprio Francisco, dado o seu estilo espontâneo.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 14-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Ele ama a vida, mas está pronto para enfrentar a passagem crucial consciente de que haverá uma projeção eterna, uma proximidade com o amor perfeito. Francisco não se angustia. Falando, ele demonstrou isso várias vezes.
O que ele teme, no entanto, é a dor física. Isso sim. Ele mesmo confessou publicamente esse limite. "Eu não sou corajoso." Ele falou sobre isso duas vezes, em dois momentos diferentes, sempre respondendo a uma pergunta sobre o perigo de se tornar um alvo dos terroristas islâmicos.
O momento histórico é aquele que é, o alerta continua alto, os riscos são concretos. Francisco se confia a Deus. "Será o que será, o importante é que, se acontecer alguma coisa, que eu não sofra." A ideia do sofrimento físico o apavora. Mas não a morte.
O exemplo de Bento XVI
Quanto à renúncia, embora permanecendo no horizonte como hipótese especulativa, essa não parece ser uma opção viável. "Eu vou fazer o que o Senhor me disser para fazer. Rezar, buscar fazer a vontade de Deus. Bento XVI não tinha mais as forças e, honestamente, como homem de fé, humilde como é, tomou essa decisão. Há 70 anos, não existiam os bispos eméritos. O que vai acontecer com os papas eméritos? Devemos olhar para Bento XVI como uma instituição, ele abriu uma porta, a dos papas eméritos. A porta está aberta, haverá outros ou não, só Deus sabe. Eu acredito que um bispo de Roma, se sentir que as forças diminuem, deve se fazer as mesmas perguntas que o Papa Bento XVI se fez".
A força de ânimo que Bergoglio possui tem raízes antigas e remonta a quando, ainda rapaz, encontrou-se diante da doença, da dor física, da possibilidade de não voltar a ser como antes. Aos 21 anos, foi-lhe retirado um pulmão.
A cirurgia no pulmão
A dois jornalistas argentinos, ele disse: "Foram três dias terríveis entre a vida e a morte, muita febre. Eu abraçava a minha mãe e, desesperado, perguntava: 'O que acontece comigo?'. Os médicos estavam confusos, e ela não sabia o que responder. O diagnóstico indicou uma pneumonia grave. Eu tinha três cistos, a doença foi controlada, passou um pouco de tempo e fui submetido a uma remoção da parte superior do pulmão direito." Provavelmente, essa experiência deve tê-lo marcado.
Nada de renúncia
Por ocasião do segundo aniversário do pontificado, em uma entrevista concedida ao canal Televisa, a TV mexicana, Francisco voltou a esclarecer que não é a sua intenção sair. "Eu não gosto de pensar em um limite de idade para o papa." Em suma, o que será, será.
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A chocante frase de Bergoglio: ''O meu pontificado será breve'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU