Por: André | 13 Fevereiro 2015
A reforma iniciada no Vaticano para introduzir critérios de contabilidade modernos e uniformes nos balanços do Vaticano e da Santa Sé provocou alguns ‘respingos’ nos maiores organismos da cúria romana, como a Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide), que “não queriam embarcar” e se demonstraram mais resistentes: a afirmação é do cardeal sul-africano Wilfrid Fox Napier (foto), membro do Conselho para a Economia, organismo recentemente modificado pelo PapaFrancisco e que se reuniu na sexta-feira da semana passada, dia 06 de fevereiro. A afirmação foi feita ao Catholic News Service.
Fonte: http://bit.ly/1MdfHfs |
A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 11-02-2015. A tradução é de André Langer.
O Conselho para a Economia, dirigido pelo cardeal Reinhard Marx, é uma das duas entidades da cúpula administrativa e financeira vaticana, ao lado da Secretaria para a Economia, dirigida pelo cardeal George Pell. Com base nas normas introduzidas no ano passado, as estruturas do Estado Pontifício têm a obrigação de prestar contas sobre o próprio balanço, ainda autônomo, a este super dicastério econômico. Para alguns, no Vaticano “é um choque ter que se referir a outros”, disse o cardeal franciscano, “mas, se se considera que esse dinheiro é muitas vezes enviado por pessoas comuns, às vezes pobres, deveria ser uma razão suficientemente boa para dizer como é gasto”.
O Conselho para a Economia também recebeu um relatório do Instituto para as Obras de Religião (IOR): “É a primeira vez que recebemos uma verdadeira relação sobre o estado do IOR neste momento”, disse Fox Napier, de acordo com quem o novo presidente do Instituto, o francês Jean-Baptiste de Franssu, está fazendo um “bom trabalho”. O cardeal também revelou que há algumas dificuldades para aprovar os estatutos do Conselho para a Economia e da Secretaria para a Economia: “O processo – afirmou – não recebeu as contribuições do [Pontifício Conselho para os] Textos Legislativos”, o qual deveria se limitar, segundo Fox Napier, a verificar possíveis “contradições com o ensinamento da Igreja”, mas, pelo contrário, foi “além das suas competências”.
O cardeal sul-africano, em geral, está confiante em relação à reunião de todos os cardeais do mundo no Vaticano (que acontecerá entre hoje e amanhã), para discutir sobre a reforma da cúria romana, da qual estão se ocupando o Papa Francisco e o chamado C9, o conselho de cardeais que o auxilia no governo universal da Igreja. “Creio – afirma Fox Naper – que o Papa e sua equipe contam com o apoio da maior parte dos cardeais” em relação à reforma, e, paradoxalmente, “os que levantavam mais a voz” nas congregações gerais antes do conclave de 2013 agora já não parecem entusiasmados. “Uma coisa é dizer que é preciso agir e outra é agir”, concluiu.
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“A transparência financeira provocou alguns ‘respingos’ na cúria” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU