Miguel d’Escoto: “Minha condenação foi um abuso de autoridade”

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: Jonas | 06 Agosto 2014

O padre Miguel d’Escoto, a quem o papa Francisco reabilitou a administração dos sacramentos, suspensa em 1985, pelo já falecido papa João Paulo II, disse aos meios de comunicação que a pena aplicada por Wojtyla foi um abuso de autoridade.

 
Fonte: http://goo.gl/gPMqGA  

A reportagem é publicada por Religión Digital, 05-08-2014. A tradução é do Cepat.

D’Escoto, de 81 anos, recordou que quando o Vaticano lhe aplicou a “suspensão a divinis”, chorou e que, então, chegou a preferir que o executassem. “Eu chorei com essa notícia. Não por mim, mas, sim, pela pequenez que ia ver minha Igreja, a que eu tanto amo e dediquei minha vida”, afirmou o padre revolucionário.

Assegurou que Roma lhe advertiu que abandonasse o trabalho político, caso contrário suspenderia o seu sacerdócio, no entanto, D’Escoto esclareceu que não poderia trair seu povo, nem a Daniel Ortega, optando por seus princípios revolucionários.

“Além disso, eu não podia e sempre quis ser obediente à autoridade, mas nunca quis trair minha consciência e eu não pude, por mais que quisesse o que Roma me pedia: porque isso implicaria em trair meu povo, trair as suas legítimas aspirações e direitos, trair a revolução popular sandinista, a nossos heróis e mártires, a Daniel e a todos os companheiros que estávamos na luta. Então, não podia”, comentou o sacerdote.

O padre revolucionário disse que nunca teve rancor por causa da sanção que o Vaticano lhe aplicou, em 1985, durante o papado do hoje São João Paulo II.

“Na realidade, foi um abuso de autoridade (...) e Deus me deu a graça para suportar isto sem nenhum rancor, sem nenhum remorso e com muito amor a minha Igreja”, reiterou o sacerdote.

D’Escoto comparou-se com Jesus, ao afirmar que seguir os caminhos de Jesus “é se arriscar, porque Jesus foi o maior anti-imperialista da história, que foi crucificado por ser anti-imperialista”.

“Querido povo da Nicarágua, meu sacerdócio é de vocês e para vocês e me alegra voltar a celebrar a missa”, disse Miguel d’Escoto, que também lembrou que há meses pediu ao cardeal Miguel Obando y Bravo para celebrar missa em sua companhia, caso seus direitos sacerdotais fossem restituídos.