Por: Cesar Sanson | 08 Outubro 2013
Em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou que a aliança entre a ex-ministra Marina Silva e o governador Eduardo Campos (PSB) “muda o caráter” da campanha eleitoral. Para Tarso, tendo Aécio Neves (PSDB) como principal adversário da presidente Dilma na disputa de 2014, o foco seria a comparação entre o governo petista e tucano. Agora, as forças se realinham.
A reportagem é Tatiana Farah e publicada pelo portal do jornal O Globo, 07-10-2013.
— Minha avaliação é que este é um processo que daqui para adiante muda o caráter da disputa eleitoral. Não vai ser mais uma disputa entre a memória do governo Fernando Henrique Cardoso e a memória do governo Lula e Dilma. Vai ser uma disputa sobre o futuro: o que os candidatos e as coalizões dizem que vão fazer sobre o que conquistamos até agora.
A avaliação de Tarso foi feita nesta segunda-feira, durante almoço e palestra do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para petistas e convidados do Instituto Lula em São Paulo. Segundo o governador, Lula apenas ouviu sua opinião em silêncio: — É uma mudança no padrão de disputa política. Essa opinião exprimi também para o (ex)presidente, que ouviu, apenas— contou Tarso.
Há duas semanas, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou uma nota oficial que irritou o presidente do PSB, Eduardo Campos, afirmando que a disputa eleitoral se daria em torno de dois projetos políticos, o do PT, que ele considera progressista, e o do PSDB, que considera conservador.
O governador gaúcho avaliou ainda que o pré-candidato do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves, foi o mais afetado pela aliança, anunciada no sábado.
— Quem esvazia sua potencialidade eleitoral no primeiro momento é Aécio. Mas a gente ainda não sabe qual o grau de integração entre Marina, Heráclito e o Eduardo Campos— disse o governador, referindo-se ao ex-senador Heráclito Fortes, do Piauí, que deixou o DEM para filiar-se ao PSB.
Depois da palestra do ministro da Fazenda, Lula almoçou com os convidados da palestra. Em sua mesa, Mantega, Tarso, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o empresário José Seripieri Júnior. Petistas que participaram do encontro afirmaram que Lula não tratou do ingresso de Marina no PSB.
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“Desta vez, a disputa não se dará mais entre a memória dos governos do PT e do PSDB”, diz Tarso Genro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU