Por: Caroline | 07 Outubro 2013
“Há que ouvir estas chagas!”. O primeiro encontro da jornada do papa Francisco, em Assis, foi também um dos mais comoventes. Bergoglio saudou um por um os hóspedes do Instituto Seráfico, crianças e jovens com enfermidades e necessidades especiais.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 04-10-2013. A tradução é do Cepat.
Abraçou, acariciou e beijou a todos. Curvou-se diante de todos. Deixou as crianças cegas tocarem o seu rosto. Deixou que outros brincassem com sua cruz de metal. Não há palavras para descrever este abraço.
Francisco visita Assis acompanhado pelos oito cardeais de seu “Conselho”, que até ontem trabalharam para a reforma da Cúria Romana. Depois de saudar as crianças e aqueles que acompanham, o Papa ouviu o prefeito de Assis, Claudio Ricci, e as palavras emocionadas da presidente do Seráfico, Francesca di Maolo. Foi ela quem disse ao Papa que hoje, especialmente em tempos de crises e de cortes econômicos, estas crianças são “descartáveis”, sem voz, eles e suas famílias são muitas vezes abandonados, são “invisíveis”. Francisco havia preparado um belo discurso, que continha o texto de uma carta de uma menina com necessidades especiais, de Buenos Aires, mas preferiu não lê-lo e respondeu as perguntas da presidente, para falar sobre a “carne de Cristo”, que todos que se dizem cristãos devem tocar nos pobres e naqueles que sofrem.
“Nós estamos entre as chagas de Jesus”, disse o Papa. Estas chagas devem ser ouvidas, reconhecidas. “E me vem à mente o Senhor Jesus, quando ia pelo caminho com aqueles discípulos tristes. O Senhor Jesus, ao final, fez com que vissem suas chagas e eles o reconheceram. Em seguida, o pão, no qual Ele estava. Meu irmão Domenico (o bispo de Assis, Sorrentino) me dizia que aqui se faz a adoração. Também esse pão deve ser escutado, porque Jesus está presente, escondido atrás da simplicidade e delicadeza de um pão. E, aqui, Jesus está escondido nestes jovens, nestas crianças, nestas pessoas. No altar adoramos a carne de Jesus, e nela encontramos as chagas de Jesus. Jesus escondido na eucaristia e Jesus escondido nestas chagas... Precisam ser ouvidas. Talvez não tanto nos jornais ou notícias... Isto é algo que dura dois ou três dias, depois vem outra coisa, outra coisa... Devem ser ouvidos por aqueles que se dizem cristãos”.
“O cristão – acrescentou – adora Jesus, o cristão busca Jesus; o cristão sabe reconhecer as feridas de Jesus. E hoje todos nós, aqui, precisamos dizer: é necessário ouvir estas chagas! Mas há outra coisa que nos dá esperança. Jesus está presente na Eucaristia, aqui está a carne de Jesus; Jesus está presente entre vocês, e a carne de Jesus são as chagas de Jesus nestas pessoas”. “Mas é interessante – explicou Francisco – Jesus, quando ressuscitou era belíssimo. Não tinha em seu corpo os hematomas, as feridas... Nada! Era mais bonito! Apenas quis conservar as chagas e as levou ao Céu. As chagas de Jesus estão aqui e no Céu diante do Pai. Nós cuidamos das chagas de Jesus aqui e Ele do Céu nos mostra suas chagas e diz a todos nós, todos nós: Estou esperando você! Que assim seja”.
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Assis. O abraço do Papa nas crianças enfermas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU