13 Setembro 2013
Mesmo diante de nós tão complexos no debate entre laicos e religiosos, Bergoglio não se encastelou na rigidez fideísta.
A opinião é do oncologista e ex-ministro da Saúde italiano Umberto Veronesi, em depoimento publicado no jornal La Repubblica, 12-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Como não crente e apaixonado pela história das religiões, a carta do papa me impressionou: eu não esperava um texto tão detalhado, acurado e que se oferece ao debate público, através do jornal La Repubblica.
No centro desse debate, está Jesus, uma figura crítica no debate entre laicos e crentes pela necessidade de separar o Jesus histórico do Jesus querigmático.
Nós, laicos, admiramo-nos com o ensino humano de Jesus e lhe somos próximos porque ele cria um campo favorável para uma ética compartilhável, baseada no amor, na solidariedade e na paz.
Não podemos, contudo, aceitar a sua dimensão divina, que, para a fé, é a que mais importa. Mesmo diante de um nó tão complexo, Bergoglio não se encastelou na rigidez fideísta.
E essa é a segunda razão do meu estupor. Eu não esperava uma busca do diálogo tão direta e aberta. O diálogo é a via de saída dos fundamentalismos religiosos, que estão na origem de muita conflitualidade mundial.
A resposta do papa também me deu uma esperança concreta de uma evolução rumo à tolerância e à coexistência iluminada.
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Uma resposta que indica a todos a via de saída dos fundamentalismos. Artigo de Umberto Veronesi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU