06 Junho 2013
O papa Francisco estaria pensando em convocar a Roma um encontro entre líderes e crentes das três grandes religiões monoteístas para lançar uma mensagem de paz e convivência, contra a violência e o uso do nome de Deus, para justificar o ódio e o terrorismo, afirmam-no fontes governamentais israelenses. O projeto do pontífice, segundo essas fontes, teria sido anunciado ao presidente israelita Shimon Peres ao longo da audiência no Vaticano, no último 30 de abril. Mesmo que isso não tenha sido mencionado no comunicado final divulgado pela Santa Sé.
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada pelo jornal La Stampa, 29-05-2013.
O presidente Peres disse ao Papa que “há pessoas que justificam o terrorismo com o nome de Deus” e que os líderes religiosos deveriam dizer em voz alta que “Deus não deu qualquer permissão para matar o próximo”. Segundo o quanto foi referido ao governo israelenses em um relatório que sintetiza os conteúdos da audiência, Francisco teria respondido a Peres “sustentar” o apelo contra a violência “com todo o seu coração” e de “desejar promover em Roma um encontro com a participação dos líderes religiosos e crentes das três religiões” abraâmicas, “com o escopo de fazer ver aos olhos do mundo” que as religiões são “contra a violência e o terrorismo”.
Portanto, segundo o relatado na entrevista, o Papa estaria pensando em uma iniciativa para a paz e que seria restrita às três religiões monoteístas. Não um encontro inter-religioso com todas as fés, como aquelas convocadas em Assis, por João Paulo II, e em 2011 também por Bento XVI. Recorde-se que em janeiro de 2002, poucos meses depois dos ataques de 11 de setembro aos Estados Unidos, papa Wojtyla quis estar justamente na cidade de São Francisco para um encontro especial com as religiões que visam a tolher qualquer justificativa “teológica” para o uso da violência e do terrorismo.
Mas há também os que invocam de Israel, por intermédio das religiões, um impulso e um encorajamento à política, para que encontre soluções praticáveis para o conflito no Oriente Médio. Um apelo ao Papa para que promova uma iniciativa para a paz na Terra Santa junto aos líderes das religiões judaica e muçulmana chega, de fato, pelo rabino David Rosen, presidente do Conselho Internacional de Cristãos e Judeus (CICJ). Rosen, dialogando com um grupo de jornalistas italianos, propôs uma mobilização dos líderes religiosos da Terra Santa, convocado pelo Papa, em Jerusalém, para pregar pela paz na região. “Um momento adequado poderia ser em 2015 – disse Rosen –, na ocasião do quinquagésimo aniversário da promulgação da declaração conciliar Nostra aetate, sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs”. Segundo o Rabino, seria necessária uma iniciativa do gênero para “sustentar os esforços políticos em direção à resolução dos conflitos na região”.
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O Papa deseja um encontro, em Roma, sobre a Paz com as três grandes religiões - Instituto Humanitas Unisinos - IHU