Por: Jonas | 18 Mai 2013
Um grupo de estudantes ocupou a sede do Ministério da Fazenda no Chile, em reivindicação por uma educação pública gratuita, enquanto que outra marcha, com idêntica exigência, terminou com a repressão por parte dos carabineiros e com a detenção de 20 alunos. Os dois fatos ocorrem a poucos dias do presidente Sebastián Piñera apresentar seu último relatório para o Congresso, na terça-feira, ocasião em que se espera uma massiva concentração de estudantes e docentes.
A reportagem é publicada no jornal Página/12, 17-05-2013. A tradução é do Cepat.
“Queremos que o governo escute os cidadãos e suas demandas, e que anuncie, neste dia 21 de maio, o incentivo às reformas que garantam os direitos sociais”, explicou o presidente da Federação de Estudantes da Universidade de Valparaíso, Mario Domínguez. O protesto está inserido numa outra série de advertências que os dirigentes estudantis fizeram à autoridade, cujo pano de fundo conta com as eleições presidenciais e legislativas de novembro. Com um apoio ao redor de 30%, nos últimos dias, o governo destacou seus esforços na área da educação, que incluem elevar as subvenções para liceus e reduzir a taxa de juros que os alunos pagam nas universidades.
A crise estudantil, cujo centro está no fato de que as famílias devem pagar até 900 dólares mensais para que seus filhos tenham uma educação universitária pública, já motivou duas marchas com cerca de 100 mil estudantes, nas últimas semanas. O conflito está relacionado à desigual distribuição do desenvolvimento no país e com a retirada do Estado na promoção da educação.
Na manhã de ontem, universitários e secundaristas de colégios particulares marcharam pelas ruas de Santiago, convocados pelo Movimento de Estudantes de Educação Superior Privada (Mesup). Concentrados na central Praça Itália, de onde habitualmente se iniciam muitas das manifestações, cerca de três mil alunos foram dispersos pelas forças especiais de carabineiros, segundo denunciaram os organizadores.
O protesto, que não tinha sido autorizado pela Intendência da Região Metropolitana, desfez-se entre as detenções e a força dos tanques hidrantes. Os estudantes também reivindicavam a estatização da Universidade do Mar, instituição que se envolveu em denúncias por um caso de lucro no ensino, que deixou aproximadamente 18 mil alunos no limbo. Depois, uma centena de estudantes ocupou pacificamente a sede central da pasta da Fazenda, em reivindicação por uma verdadeira reforma tributária e pelo emprego dos recursos provenientes do cobre para as reformas na educação. Após uma hora de protesto, os jovens colocaram fim na tomada do ministério, ação que se repetiu em outros edifícios públicos de Concepción, Valparaíso e Temuco.
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Estudantes chilenos implementam os protestos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU