01 Setembro 2012
"A morte nos obriga a confiar totalmente em Deus. O que nos espera depois da morte é um mistério, que requer da nossa parte uma confiança total."
A reflexão é do cardeal italiano Carlo Maria Martini (15 de fevereiro de 1927 - 31 de agosto de 2012), arcebispo emérito de Milão, falecido nessa sexta-feira.
O texto foi publicado no blog Sperare per Tutti, 31-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Mais de uma vez eu lamentei com o Senhor pelo fato de que, morrendo, não tirou de nós a necessidade de morrer. Seria tão bonito poder dizer: Jesus também enfrentou a morte em nosso lugar, e, mortos, poderemos ir para o Paraíso por um caminho florido.
Ao invés, Deus quis que passássemos por esta "dura viela" que é a morte e que entrássemos na escuridão que sempre dá um pouco de medo. Eu me pacifiquei novamente com o pensamento de ter que morrer quando compreendi que, sem a morte, nunca chegaríamos a fazer um ato de plena confiança em Deus. De fato, em cada escolha comprometedora, nós sempre temos "saídas de segurança". Ao invés, a morte nos obriga a confiar totalmente em Deus.
O que nos espera depois da morte é um mistério, que requer da nossa parte uma confiança total. Desejamos estar com Jesus, e expressamos esse desejo de olhos fechados, às cegas, colocando-nos totalmente nas suas mãos.
Desejamos também nós gozar daquela paz interior que vence toda ansiedade e se confia a Deus com todo o coração.
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A ''dura viela'' da morte, segundo Martini - Instituto Humanitas Unisinos - IHU