Vatileaks. “Para o Papa é uma prova, não uma tragédia”, segundo Lombardi

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Por: Jonas | 31 Mai 2012

Será necessário esperar o fim de semana ou, talvez, a próxima semana, para que a prometida “colaboração” de Paolo Gabriele, aos juízes vaticanos que investigam sobre o caso dos “Vatileaks”, se concretize. O primeiro “interrogatório formal” do ex-mordomo do papa Bento XVI ao promotor de justiça Nicola Picardi, com a presença dos advogados e do juiz instrutor Piero Antonio Bonnet, acontecerá nos próximos dias.

A reportagem é de Alessandro Speciale, publicada no sítio Vatican Insider, 29-05-2012. A tradução é do Cepat.

O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, o padre Federico Lombardi, não ofereceu avanços significativos, durante a conversa de costume, para informar os jornalistas sobre o desenvolvimento da investigação. O jesuíta explicou que a Comissão de cardeais, instituída pelo Pontífice, em março, continua o seu curso para a apresentação de um “relatório” a Bento XVI, mas que esta não pretende se deixar pressionar pelos meios de comunicação que, nesses dias, estão concentrados sobre o Vaticano.

Enquanto isso, ontem, Gabriele teve uma primeira “conversa” com seus advogados, Carlo Fusco e Cristiana Arru, que foi definido por Lombardi como “amplo, frutuoso e muito positivo”. Os advogados mostraram disposição para, indiretamente, se comunicarem com a imprensa, por meio da Sala de Imprensa vaticana, respeitando “o segredo profissional”.

Lombardi indicou que sob a investigação da Comissão cardinalícia (composta por três purpurados: Tomko, Herranz e De Giorgi), “temos escutado a diferentes pessoas”, e poderão ser convocadas outras, para próximas “audições”, mais que interrogatórios. Porém, o porta-voz vaticano desmentiu novamente que existam cardeais sob suspeita ou que tenha sido ouvido o depoimento de 5 cardeais, bem como o fato de que exista uma outra pessoa presa. O padre Federico Lombardi disse que, no momento, não existem outras pessoas investigadas e que o acusado declarou querer colaborar, embora a Santa Sé “não tenha a intenção de ficar condicionada à pressão midiática”.

A Comissão cardinalícia, lembrou o porta-voz vaticano, “atua em coordenação com a magistratura e com a Gendarmeria vaticana, mas com uma obrigação diferente”. Ontem, Lombardi recordou que a Comissão cardinalícia “tem um mandato mais amplo, inclusive, pode interrogar nos dicastérios, sem que existam elementos concretos que justifiquem tais procedimentos judiciais”.

O Papa, por sua vez, vive esta situação como uma “prova”, não como uma “tragédia”, nem, muito menos, como um choque entre lados, indicou o porta-voz vaticano. Trata-se de uma prova que “o atinge de muito perto”, acrescentou, e o Pontífice sofre uma “dor particular”, por se tratar de uma pessoa tão próxima dele, amada e respeitada.