Igreja cubana denuncia estratégia para criar clima polêmico diante da visita do Papa

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Por: André | 16 Março 2012

A Arquidiocese de Havana denunciou ontem que vários dissidentes que se trancaram em uma igreja da capital responde a uma estratégia “preparada e coordenada” em várias regiões de Cuba para criar “situações críticas”, à medida que se aproxima a visita do papa Bento XVI ao país.

A reportagem é da agência Efe, 15-03-2012. A tradução é do Cepat.

“Ninguém tem o direito de converter os templos em trincheiras políticas”, disse a arquidiocese em um comunicado onde tacha de “ilegítimo e irresponsável” qualquer ato que queira converter uma igreja em lugar de demonstração pública e desconheça a autoridade do sacerdote ou o direito daqueles que buscam paz espiritual e oração.

A reação da Igreja católica cubana acontece após os acontecimentos em que 13 dissidentes de um grupo chamado Partido Republicano estão trancados, desde a terça-feira, na Igreja da Caridade de Havana para reclamar que o papa escute suas demandas.

O chanceler da arquidiocese de Havana, Ramón Suárez Porcari, foi, na terça-feira, até o templo para escutar os pedidos desses dissidentes, assegurou-lhes que a mensagem “seria transmitida” e lhes pediu que abandonassem o templo, o que o grupo se negou a fazer.

A Igreja, de acordo com sua nota, falou da situação com o Governo cubano, que se comprometeu “a não agir”.

“Isto também foi transmitido ao grupo de ocupantes, e lhes foi oferecido transporte para levá-los às suas casas com veículos da Igreja. Qualquer tentativa de persuadi-los foi inútil”, explica a nota.

A arquidiocese disse ter tomado conhecimento de que situações similares “haviam ocorrido em outras igrejas da ilha, mas os ocupantes já haviam abandonado os templos”.

“Trata-se de uma estratégia preparada e coordenada por grupos em várias regiões do país. Não é um fato fortuito, mas bem pensado e, pelo que parece, com o propósito de criar situações críticas à medida que se aproxima a visita do papa Bento XVI a Cuba”, considera a Igreja.

A arquidiocese de Havana defende que a Igreja católica escuta, acolhe e intercede por todos, “mas não pode aceitar as tentativas que desvirtuam a natureza de sua missão ou podem por em perigo a liberdade religiosa daqueles que visitam” os templos.

“Ninguém tem o direito de perturbar o espírito celebrativo dos fiéis cubanos, e de muitos outros cidadãos, que aguardam com júbilo e esperança a visita” de Bento XVI, conclui a nota.

O papa visitará Cuba entre os próximos dias 26 e 28 de março.