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04 Dezembro 2011

Os fazendeiros acusados de intimidar uma comitiva da Presidência que inspecionou no domingo um acampamento de índios guarani-caiovás em Iguatemi (MS) disseram que a versão da Secretaria de Articulação Social é falsa.

A reportagem é de Jean-Philip Struck e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 02-12-2011.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Iguatemi e secretário de Obras da cidade, Márcio Margatto, 40, os fazendeiros é que foram "intimidados de maneira agressiva" pela comitiva.

Na ocasião, um grupo de quatro fazendeiros, índios e o secretário da Presidência Paulo Maldos bateram boca em uma estrada.

Segundo Margatto, cuja família tem uma fazenda na região, ele foi até lá para saber o porquê da aglomeração naquele ponto da cidade.

O secretário da Presidência viajava pelo Estado para visitar áreas de conflito e não teria avisado nenhuma autoridade de Iguatemi.

Ao encontrarem na estrada a comitiva federal, os fazendeiros fotografaram e filmaram os índios e o secretário da Presidência.

Segundo Margatto, o registro foi feito não para ameaçar os índios, mas para registrar a movimentação, que podia sinalizar uma invasão.

As fotos foram apagadas por agentes da Força Nacional, sob a justificativa de que índios estavam sob proteção. A filmagem foi preservada.

DISCUSSÃO

Uma versão, com cerca de três minutos, foi enviada por Margatto para a Folha. Nela é possível ver o ruralista e Maldos discutindo.

Nas imagens, Margatto diz querer saber os nomes dos membros da comitiva. O secretário Maldos responde que eles não têm "poder de investigação" e se identifica como membro da Presidência.

"Faz décadas que se agride esse povo. Quem morre aqui é só índio", diz o secretário, levantando a voz.

No vídeo, Margatto diz que foi "Roseli, do CNJ [Conselho Nacional de Justiça]", quem o aconselhou a pedir os nomes dos membros da comitiva federal.

À Folha, o ruralista afirmou que Roseli "é uma pessoa ligada ao CNJ em Mato Grosso do Sul". Consultado, o CNJ disse não saber de quem se trata.

VERSÕES

Segundo o ruralista, as imagens provam que a intimidação partiu da comitiva.

O secretário da Presidência disse à Folha que procurou o diálogo e mantém a versão de que sofreu intimidação dos ruralistas.

Apesar de a comitiva estar acompanhada de agentes da Força Nacional, ele disse que não achou necessário dar voz de prisão.