30 Abril 2011
O projeto que a taiwanesa Foxconn entregou ao governo estabelece um pacote de exigências para efetivar o anunciado investimento de US$ 12 bilhões (R$ 19 bilhões) em cinco anos no país.
A reportagem é de Vera Magalhães e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 01-05-2011.
As demandas envolvem a infraestrutura necessária para montar a prometida "cidade inteligente" da empresa, garantia de incentivos e mudança na legislação fiscal.
A Foxconn quer que o governo fixe prazos para atender as demandas. O texto cita o tempo que outros países levam para viabilizar projetos: de oito meses (na China) a dois anos (Rússia e Índia).
Diante das exigências, a presidente Dilma Rousseff nomeou um grupo de trabalho para avaliar as exigências e, em um prazo curto, estabelecer um cronograma de negociação com a empresa.
Integram o grupo os ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), a Receita Federal, o BNDES e a Secretaria de Tecnologia da Informação.
O governo teme que, se os entraves burocráticos impedirem respostas rápidas, a Foxconn pode mudar o investimento para outro país da América Latina, como México ou Argentina.
Muitas das medidas, como incentivos fiscais, dependerão do Congresso. Outras, como o enquadramento tributário, dependem da Receita.
O órgão ainda não definiu como classificar os tablets. Como não existe teclado físico, a alegação é que eles não são notebooks.
A empresa quer ajuda do governo para encontrar sócios brasileiros, que seriam minoritários. Deixa claro que parte dos US$ 12 bilhões virá desses sócios, de incentivos fiscais e de financiamentos - o que reduz a bilionária cifra anunciada pela Foxconn.
O plano fala em duas etapas: até 2013 seriam produzidos smartphones, tablets e monitores de até 32 polegadas. Até 2016, TVs full HD de LCD de até 60 polegadas.
As exigências para a "cidade inteligente" envolvem cabeamento total de fibra ótica e malha de transporte que garanta escoamento rápido.
O terreno deve ser grande para abrigar um "cluster" industrial (conglomerado de empresas que usam a mesma estrutura), que, além dos componentes eletrônicos, deverá produzir equipamentos médicos e de automação e abrigar usina de produção de energia fotovoltaica.
Esse projeto é discutido em paralelo à anunciada montagem do iPad no Brasil, com previsão de início em novembro em uma das quatro unidades que a Foxconn já tem no Brasil.
A empresa quer também regime alfandegário diferenciado para seus produtos e terminais dedicados em portos e aeroportos.
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Foxconn faz pacote de exigências a Dilma - Instituto Humanitas Unisinos - IHU