Experiência nasceu na Cobrasma, em Osasco

Mais Lidos

  • “O capitalismo do século XXI é incapaz de atender às necessidades sociais da maioria da população mundial”. Entrevista com Michael Roberts

    LER MAIS
  • Zohran Mamdani está reescrevendo as regras políticas em torno do apoio a Israel. Artigo de Kenneth Roth

    LER MAIS
  • Guiné-Bissau junta-se aos países do "cinturão de golpes militares" do Sahel e da África Ocidental

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

12 Abril 2011

Quando as tropas invadiram as metalúrgicas de Osasco (SP), em junho de 1968, para debelar as primeiras greves sindicais desde o início do governo militar, as primeiras experiências de comissões sindicais eram o centro do movimento. Fundada em 1965 pelo operário José Ibrahim, então com 18 anos, a primeira comissão de fábrica, na Cobrasma, em Osasco, ainda era ilegal. O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco estava sob intervenção do regime militar. Ibrahim criou a comissão, que passou a representar os funcionários. A empresa o reconheceu em 1966 e, no ano seguinte, Ibrahim venceu as eleições no sindicato. Sob sua presidência, a categoria entrou em greve em junho de 1968.

A reportagem é de João Villaverde e publicada pelo jornal Valor, 13-04-2011.

"Paramos 22 mil trabalhadores em Osasco, onde já tínhamos desenvolvido uma série de comissões de fábrica, sendo três delas legalizadas, ou seja, reconhecidas pelas empresas como `braços` do sindicato para negociação direta", diz Ibrahim. As tropas do governo não só debelaram o movimento e afastaram os diretores do sindicato, como desativaram as comissões. Ibrahim ingressou na Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), movimento de luta armada, e foi preso em fevereiro de 1969. Ibrahim fez parte do grupo de 15 presos políticos liberados pelo regime em setembro de 1969, em troca da soltura do embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado pelo grupo MR-8.

Sobre o modelo defendido atualmente pelos metalúrgicos do ABC, Ibrahim é direto: "Os sindicatos devem mesmo ampliar os canais de negociação direta com as empresas, mas o projeto, para ser ampliado, deve levar em consideração que a maior parte dos sindicatos não goza da mesma organização que eles."