30 Setembro 2021
"Nos EUA, que experimentaram um dos verões mais destrutivos em termos de devastação ambiental, a própria Associação Americana de Psiquiatria definiu um termo para tipificar essa sensação – ecoansiedade", alerta o Instituto ClimaInfo, em nota publicada em seu site, 28-09-2021.
As projeções assustadoras sobre o futuro do clima na Terra estão deixando os jovens cada vez mais alarmados sobre seu próprio futuro, especialmente em lugares que já estão convivendo com eventos extremos catastróficos, como incêndios florestais massivos, ondas de calor e enchentes-relâmpago. “Talvez desde as profundezas da Guerra Fria não tenha surgido um desespero tão profundo e generalizado em relação ao futuro”, escreveu Daniela Sirtori-Cortina na Bloomberg.
Na NPR, Sharon Pruitt-Young citou o chamado “luto ecológico”, um tipo de exaustão mental que decorre da aceitação da dura realidade imposta pela mudança do clima e do sentimento de desesperança. Um dos efeitos práticos desse mal-estar está na decisão de não ter filhos, algo que tem se tornado cada vez mais comum entre os casais jovens.
Nos EUA, que experimentaram um dos verões mais destrutivos em termos de devastação ambiental, a própria Associação Americana de Psiquiatria definiu um termo para tipificar essa sensação – ecoansiedade, ou o “medo crônico da destruição ambiental”, como explicou Sophia Ankel no Business Insider. “É terrivelmente desconfortável permanecer preso em um estado de medo, preocupação, tristeza, desespero, raiva e agitação dentro dos nossos corpos. No entanto, também pode ser doloroso trazer essas emoções à luz, e difícil expressar essa experiência em palavras”, escreveram Ariella Cook-Shonkoff e Robert Berley na Yale Climate Connections.
E como podemos sair dessa armadilha climática-mental? Na Caldo, Lisa Mazzon trouxe a abordagem do psiquiatra Thomas Tanner, pesquisador e professor da Faculdade de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, para ajudar a enfrentar esse tipo de ansiedade.
Para ele, a ação é o ponto de partida para essa resposta. “Qualquer ação que eu possa tomar para lidar com essas mudanças estruturais realmente ajuda na minha ansiedade. Você não precisa ser um ativista de rua, embora isso seja bom, para lutar contra a crise climática”, argumentou Tanner. “A conexão com as outras pessoas é fundamental. É bom saber que outras pessoas também sentem ansiedade e que você não está sozinho”.
ClimaInfo, 28 de setembro de 2021.
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Ansiedade e luto ecológico: a saúde mental em tempos de crise climática - Instituto Humanitas Unisinos - IHU