29 Setembro 2021
O trabalho informal representa, hoje, 70% dos novos postos criados na América Latina desde o segundo semestre de 2020, revela estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
No Brasil, essa taxa é de 68%. A região não está criando empregos “com a qualidade e a quantidade necessárias”, declarou o diretor do organismo para a região latino-americana e caribenha, Vinícius Pinheiro. A situação é “complexa”, com desafios de grande magnitude, disse.
O levantamento mostra que a recuperação econômica da região não é suficiente para trazer de volta os postos de empregos perdidos na pandemia. Afora isso, frisou Pinheiro, os postos de trabalho informais geralmente “são instáveis, com salários baixos e sem direitos ou proteção social”, aumentando a desigualdade entre pessoas.
Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que doença e lesões ligadas à vida profissional causam a morte de 1,9 milhão de pessoas por ano. Longas jornadas de trabalho respondem pela morte de 750 mil pessoas anualmente.
Segundo os dois organismos da ONU, enfermidades crônicas do pulmão causam 450 mil mortes por ano; acidente vascular cerebral provoca 400 mil mortes e doenças do coração outras 350 mil. O impacto causado por lesões ocupacionais representa 19% - 360 mortes anuais.
O estudo considera 19 fatores de risco no trabalho, incluindo jornadas muito longas, exposição à poluição do ar, a cancerígenos, ao barulho e a fatores de risco ergonômicos. Entre 2000 a 2016, mortes relacionadas por doença do coração associadas a longas horas de trabalho tiveram um crescimento de 41%.
Os dois organismos propõem ações para garantir ambientes de trabalho mais saudáveis, seguros e justos, como acordos sobre um limite máximo de horas de trabalho e redução de trabalhadores e trabalhadoras à exposição de agentes poluentes, melhorando a ventilação dos locais de trabalho, controlando a poeira e provendo o fornecimento de equipamentos de proteção.
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Trabalho precário e horas em excesso matam - Instituto Humanitas Unisinos - IHU