13 Julho 2021
O povo cubano sai às ruas em todo o país. E é a primeira vez que acontece em muito tempo, ou seja, desde 1994. Mas desta vez é um protesto da era social, relançado no país e no mundo. A difícil situação econômica que atravessa a ilha, junto com uma nova onda de Covid-19 com números recordes, estão provocando pedidos de ajuda de alimentos e medicamentos em toda a ilha, veiculados pelas redes sociais, hoje presentes em Cuba há cerca de três anos, e muito utilizadas por jovens e pelas associações. A partir das mensagens, passou-se à ação. O epicentro foi San Antonio de los Baños, uma cidade localizada a 35 quilômetros a sudoeste da capital, Havana. Mas o protesto logo se espalhou por Havana e pelas principais cidades do país, envolvendo milhares de pessoas.
A informação é publicada por Agência SIR, 12-07-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Só em San Antonio de los Baños, informa o site “14ymedio”, dirigido pela jornalista e ativista Joani Sánchez, as autoridades cortaram abruptamente a conexão com a Internet, enquanto as imagens do protesto circulavam nas redes sociais.
“Abaixo a ditadura!”, “Não temos medo!”, “Queremos vacinas” são alguns dos slogans dos manifestantes, especialmente jovens, entre os quais muitos católicos engajados em associações eclesiais e culturais. Não faltou repressão e prisões por parte das autoridades, a partir da capital.
Detenções que envolveram também um sacerdote, na cidade de Camagüey, na parte centro-leste do país. É o padre Castor José Álvarez Defesa e também a notícia de sua detenção, por “desordem pública”, circulou nas redes sociais. “Somos todos chamados para vencer o mal”, disse ele em um vídeo no Facebook algumas horas antes, comentando o Evangelho dominical, também fazendo uma referência rápida às filas intermináveis para os alimentos das últimas semanas.
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Cuba: milhares de pessoas nas ruas devido à crise econômica e ao descontentamento. Um padre detido em Camagüey - Instituto Humanitas Unisinos - IHU