07 Junho 2021
“É sabido que, quando a política entra nos quartéis por uma porta, a disciplina sai por outra. Ela sai aos poucos. No século passado, o dispositivo palaciano juntava oficiais e sargentos. Hoje, como na Venezuela e no último golpe boliviano, somam-se comandantes e oficiais de polícias. Piorou a anarquia” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“O Supremo Tribunal Federal deu um grande passo ao decidir, em 26 de abril, o direito de todos os brasileiros, além dos estrangeiros residentes há mais de cinco anos no país, de receberem uma Renda Básica de Cidadania (RBC) suficiente para atender suas necessidades vitais. Assim como o Brasil foi pioneiro ao Congresso Nacional aprovar com o apoio de todos os partidos a lei 10.835/2004, que instituiu a Renda Básica de Cidadania, sancionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 8 de janeiro de 2004, agora o Supremo determinou que o presidente Jair Bolsonaro regulamente a lei no ano fiscal de 2022” – Eduardo Suplicy, vereador de São Paulo pelo PT, presidente de honra da Rede Brasileira da Renda Básica; ex-senador (1991-jan.2015) e doutor em economia pela Universidade Estadual de Michigan (EUA) – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“A lei em vigor garante o direito de todos receberem uma renda suficiente para atender suas necessidades mínimas com alimentação, educação e saúde, considerando o desenvolvimento do país e as possibilidades orçamentárias. Será instituída por etapas, iniciando-se pelos mais necessitados. A renda básica é um instrumento importante para atingirmos as metas do desenvolvimento sustentável previstas na Agenda 2030 da ONU para a redução da desigualdade social. Experiências realizadas em todo o mundo têm demonstrado a relevância da renda básica, especialmente para as mulheres” – Eduardo Suplicy, vereador de São Paulo pelo PT, presidente de honra da Rede Brasileira da Renda Básica; ex-senador (1991-jan.2015) e doutor em economia pela Universidade Estadual de Michigan (EUA) – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Em 2019, visitei no Quênia a experiência em vilas extremamente pobres, que irá conceder US$ 22 mensais aos maiores de 18 anos por 12 anos. De imediato, a violência doméstica caiu 50%; as mães ganharam voz nas famílias; houve estímulo ao empreendedorismo; e as mulheres conquistaram o direito de definir suas prioridades. No dia em que as pessoas tiverem garantida uma renda básica, ninguém mais precisará aceitar alternativas indignas de trabalho. Economistas em mais de 70 países debatem de forma consistente as possibilidades de viabilização da RBC universal” – Eduardo Suplicy, vereador de São Paulo pelo PT, presidente de honra da Rede Brasileira da Renda Básica; ex-senador (1991-jan.2015) e doutor em economia pela Universidade Estadual de Michigan (EUA) – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Na pandemia, a pobreza triplicou no Brasil. Mais de 125 milhões de brasileiros vivem hoje a insegurança alimentar, 19 milhões passaram fome em 2020. Será necessário que o Executivo e o Legislativo adotem medidas urgentes para um rápido entendimento” – Eduardo Suplicy, vereador de São Paulo pelo PT, presidente de honra da Rede Brasileira da Renda Básica; ex-senador (1991-jan.2015) e doutor em economia pela Universidade Estadual de Michigan (EUA) – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Vai gerar [a madeira] muita riqueza para organização criminosa que vai fazer o quê? Financiar campanhas de políticos. Por que tem tanto parlamentar defendendo madeireiro?” – Alexandre Saraiva, delegado, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
"Objetivamente, a Dra. Nise Yamaguchi estava lá na condição de médica oncologista, sendo inquirida por um conjunto de supostos crimes, inclusive de que ela foi cúmplice. Ela estava na condição de inquirida e não de entrevistada ou visitante. Então acho que é natural que seja um ambiente mais duro, sobretudo nas circunstâncias em que ela está sendo inquerida, como cúmplice de um genocídio" – Manuela D'Ávila (PC do B), ao postar um vídeo, no Twitter, para criticar a médica – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Guedes gostaria de viver no mundo de professores da Universidade de Chicago, onde se formou. Pena que a Chicago onde ele se meteu seja outra” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Esse general (Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército) pode seguir até o final, mas totalmente desmoralizado. O governo já está chegando ao final. A margem de manobra já é muito pequena. Um militar que entra com uma postura de subserviência, como esse comandante se revelou, surpreendendo a todos, também vai ter a mesma situação de ser um comandante sem tropas” – Paulo Ribeiro da Cunha, professor de ciências políticas da UNESP – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Agora você tem um comandante do Exército que perdeu a moral para comandar a tropa. E a gente não sabe como isso vai se refletir nas polícias militares, isso sim um ponto muito delicado. E que também incomoda os militares. Temos um cenário que não é atípico historicamente. Mas a posição do comandante em chefe foi a pior da história para quem comanda uma instituição. Ele se descolou da instituição e se colou no Bolsonaro. Talvez ele não consiga comandar nem o seu ajudante de ordens. Perdeu o respeito da tropa” – Paulo Ribeiro da Cunha, professor de ciências políticas da UNESP – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“No caso do Recife [onde PMs atiraram com balas de borracha em manifestantes], ali foi claramente a subversão do comando. Não tinha justificativa nenhuma. A partidarização da polícia, ou de parte dela, com esse envolvimento da forma como está se apresentando, preocupa também os militares. Mas não vejo possibilidade de golpe. Mas vamos ter uma situação de um Exército acéfalo de comando e em que vão palpitar muitas tensões até o Bolsonaro terminar o mandato dele” – Paulo Ribeiro da Cunha, professor de ciências políticas da UNESP – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Tenho plena convicção de que Bolsonaro está cada vez mais enfraquecido em uma ala em que acreditava ser extremamente forte. Nas polícias é provável que ele ainda tenha essa força, mas não sabemos até quando” – Paulo Ribeiro da Cunha, professor de ciências políticas da UNESP – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Os militares no entorno do presidente estão mais preocupados hoje em buscar uma alternativa do que em ver Bolsonaro como uma alternativa. Tentarão sair com um mínimo de lisura do processo, preservando a instituição. Essa preocupação existe. Esse pessoal militar que era mais consistente, que tinha uma visão de um projeto, já caiu fora. Heleno está totalmente isolado” – Paulo Ribeiro da Cunha, professor de ciências políticas da UNESP – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Porque uma lição que vai ficar para a história é que [o conceito] dos militares na política ou no governo, como detentores de um saber supranacional, vai ser enterrado com o Bolsonaro. Isso para mim é claro. Eles não vão ter moral para falar que são melhores do que alguém ou que são mais competentes. Bolsonaro vai trazer essa contribuição à democracia. Mas isso vai ser a médio prazo. Acho que a nossa democracia vai superar tudo isso. Mas vamos passar por períodos turbulentos, talvez até um pouco traumáticos” – Paulo Ribeiro da Cunha, professor de ciências políticas da UNESP – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Os quase 132 anos de República ainda não bastaram para trazer o Exército à maturidade. Não tem pensamento militar próprio, é caudatário embevecido do colonialismo militar americano —o que esvazia a concepção e nega o sentimento de soberania— e vive mais de ideologia política que de qualquer das especificidades apropriadas. Na América do Sul desafeita às guerras, os Exércitos não são temidos pelos congêneres, mas por seus respectivos povos. Todos esses já os encontraram do outro lado de justas reivindicações materiais e legítimas aspirações políticas. No Brasil isso continua sendo verdadeiro também no jogo político do regime de Constituição democrática” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Sim, o general do morticínio participou de comício do capitão do morticínio, transgredindo norma para militares da ativa, mas foi isentado pelo comando do Exército de qualquer das punições previstas. E premiado com a nomeação cômica para encarregado de estudos estratégicos da Presidência, logo quem. Hierarquia, disciplina, respeito à legislação, à Constituição —onde?” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“Os golpes, variados entre os perversos como o de 64 e os ardilosos como o do general Villas Bôas, alternaram-se com motins, tentativas e agitações, e levaram a outros golpes. Como estamos vendo” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 06-06-2021.
“O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional na quarta-feira para prestar contas das ações de seu governo em meio à pandemia de covid-19. Na prática, contudo, o discurso serviu como mais uma das peças de propaganda de sua campanha à reeleição, iniciada assim que tomou posse. Nessa condição, Bolsonaro fez o que os maus políticos fazem nos palanques: distorceu fatos e inventou conquistas e qualidades inexistentes em seu governo” – editorial ‘Impostura em rede nacional’ – O Estado de S. Paulo, 06-06-2021.
“Para Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), há 70% de chances de termos um racionamento de energia no País no segundo semestre. “É impressionante o risco que estamos correndo”, disse ele, em live da Esfera Brasil” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-06-2021.
“Questionado por Nicola Calicchio, “chief strategy officer” do Softbank, sobre a privatização da Eletrobras, Pires disse: “A Eletrobras não investiu nada nos últimos dez anos. É um número próximo de zero” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 07-06-2021.
“Seleção Brasileira e Tite podem entrar para a história. E, quem sabe, de quebra, resgatamos a camisa verde e amarela do jugo do populista-autoritário e seu séquito fiel. Torcendo” – Ilona Szabó, cientista política e diretora-executiva do Instituto Igarapé – O Estado de S. Paulo, 07-06-2021.
“Penso que para uma época como a nossa, cunhada na crença de que nunca há limites para nossos desejos, nossas metas e nossas métricas, enfim, um mundo construído ao redor da máxima motivacional, o estoicismo nunca foi tão necessário e tão extemporâneo. Diante da histeria reinante do mundo, a consciência da nossa irrelevância pode ser um traço de rara lucidez” – Luiz Felipe Pondé, escritor e ensaísta – Folha de S. Paulo, 07-06-2021.
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Pandemia. A pobreza triplicou no Brasil – Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU