02 Junho 2021
Hoje o dia foi denso e tenso. Pelas indicações de livros que fiz uma milícia de jovens católicos me bombardeou pelas redes sociais, até por ligações no cel , WhatsApp e mensagens, usam linguagem piedosa e agressiva, manipulam e invadem em nome de um deus cruel e opressor .
Muitos dos jovens milicianos que se dizem católicos ou crentes precisam urgente fazer terapia, tal a fixação extremista em que se encontram e o ódio que carregam no coração, se achando donos da verdade. Essa (crer-se donos) é sempre a mais grave das patologias. Querem estar acima dos outros, dos diferentes, do pensamento lúcido em favor de algo imposto e na tarefa infeliz de julgar com a régua de seu olhar míope o que não têm sequer capacidade para amar ou assumir como um enigma ou mistério. Vivem em mundos paralelos. Precisam de ajuda pois são cegos morais.
Por baixo, a situação já está saindo do controle.
Está se formando uma “serra pelada” nas terras dos ianomami, sob forte aparato paramilitar. Funcionários foram sequestrados dentro de uma estação do ICMBio em Roraima, que foi saqueada. Uma aldeia Mundukuru, no Pará, foi queimada. A PM de Pernambuco cegou com balas de borracha dois transeuntes que passavam perto de uma manifestação pacífica contra Bolsonaro.
Será cada vez mais difícil – e logo, impossível – parar essa bandidagem lúmpen-policial-miliciana que se alastra e se mostra cada vez mais ousada. Nem as Forças Armadas conseguirão detê-la.
Talvez nem tenham coragem para tentar.
Ano passado talvez tenha sido o prazo pra retirar o facínora do poder e aplacar essa sanha de banditismo. Mas a oposição quis deixá-lo sangrar até 22 pra perder as eleições.
Quem vai sangrar é o povo.
ME ENERVA, RS!!! Secretaria que destrói o Código Estadual de Meio Ambiente, tem um governador que apoiou o voto ao inominável genocida, esperar o quê? Resistir ao Ecocídio -RS!!! Federações da Necroeconomia exigem a urgência ao PL 260/20, que libera agrotóxicos, incrementam o carvão. Elas têm nomes endereço e Mandam neste governo vil de Eduardo Leite: FIERGS, FEDERASUL, FARSUL e outras federações que deveriam defender municípios e os agricultores familiares, estas coptadas ao capital imediatista. Ano que que vem tem eleições e os testas de ferro da degradação ambiental serão reeleitos?? Província de São Pedro do Rio Grande do Sul vai seguir apática ou vai dar uma virada neste ecocídio???
Amazônia: Cuidado, frágil
Mantido o ritmo atual, a destruição da Amazônia atingirá em alguns anos um ponto de não retorno, com o aumento da temperatura regional e a subsequente a savanização da floresta. Será uma perda irreparável para o Brasil:
"O Brasil não disputará com a China a primazia mundial na produção de manufaturados. Não disputará com os Estados Unidos e a União Europeia o predomínio nas tecnologias de ponta que já estão maduras e em seus desdobramentos. Mas, como veremos, poderá ser vanguarda no mundo se conseguir criar uma coisa nova, a economia da biodiversidade. Uma economia high-tec de novo tipo.
"Só nós temos essa possibilidade. E a estamos jogando fora. Em pleno século XXI, a Amazônia destruída será a confirmação do nosso fracasso como Nação. Preservada e integrada em um novo modelo de desenvolvimento, que estamos desafiados a inventar, será o ponto de partida para retomarmos o sonho de uma civilização brasileira."
O artigo completo - "Amazônia: cuidado, frágil" - está no link. É um capítulo do meu livro "Ensaios brasileiros".
Abraços,
Cesar Benjamin
A RIEN - Red Iberoamericana de Estudios Nietzscheanos organiza mais um evento nesta quinta-feira, com colegas espanhóis. Fui convidada para fazer a conferência de abertura. É um momento importante para levar adiante o que venho procurando promover já há algum tempo: que se reconheça a língua portuguesa como meio de comunicação científica. A meu ver, não há por que dobrar-se ao domínio do inglês.
#freijoaoxerripresente
"Me dá licença de cantar
Também de agradecer
Coragem pra querer
Um verso pra louvar
Louvar a gente do lugar
Louvar quem vai nascer
Quem vai permanecer
Também quem vai passar"
José Miguel Wisnik
Eu louvo hoje a alegria de ter partilhado lindos momentos, há décadas, com esse frei dominicano querido, João Xerri, que abraçou esses dias o outro lado do tempo. Vivo com alegria essa sua experiência de ressurreição.
o mundo só se dá para os simples
Clarice Lispector
Faço 90 feliz, mas não posso ser feliz num país que é um cemitério, diz Zuenir Ventura
Jornalista e imortal da Academia Brasileira de Letras diz que vivemos os anos descarados, do cinismo e do deboche
31.mai.2021 às 12h00
FSP
Úrsula Passos
Prestes a fazer 90 anos, Zuenir Ventura se contenta com o terraço de seu apartamento no Rio de Janeiro para suas caminhadas diárias. “Se tive alguma ideia, foi andando no calçadão”, diz ele, sobre seus passeios antes da pandemia.
Exercícios frequentes e alimentação saudável são os ingredientes para chegar aos cem, segundo um livro que tem em sua cabeceira. O jornalista, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras faz aniversário nesta terça-feira e se diz dividido.
Não tem do que reclamar no aspecto pessoal, está melhor agora do que na juventude, mas não pode dizer que é feliz. “Não se pode ser totalmente feliz num país que é hoje um cemitério.”
Ele acaba de lançar uma edição ampliada de “Minhas Histórias dos Outros”, pela Objetiva, no qual escreve sobre personalidades com as quais conviveu, como Manuel Bandeira, ainda na faculdade, e narra sua relação com Genésio Ferreira da Silva, a testemunha do assassinato de Chico Mendes que ele acolheu em sua casa dos 13 aos 21 anos depois de o conhecer durante a cobertura do caso, no Acre.
Em entrevista por telefone, Zuenir Ventura fala sobre a defesa da floresta hoje, a CPI da pandemia, velhice e 1968, o ano utópico ao qual ele dedicou seu já clássico “1968: O Ano que não Terminou”.
O senhor tem acompanhado a CPI da pandemia? O que tem achado?
Sim. A CPI é um retrato dos tempos de hoje. Eu vivi os tempos dourados, de Juscelino, rebeldes, os anos de chumbo e agora são os anos descarados, do cinismo e do deboche. Não por acaso está tendo uma grande audiência.
Na ditadura, você tinha a hipocrisia, e agora você tem o cinismo. Debocha-se da saúde, da vida. A CPI é o retrato desta época em que se mente tranquilamente.
É uma época muito difícil. Estamos vivendo um acúmulo de crises – ética, econômica, na saúde.
É possível ver um lado positivo deste momento?
Pessoalmente, não posso reclamar da vida. Vou fazer 90 anos feliz, sem doença, cercado de amigos, de netos, de uma família maravilhosa. Mas não se pode ser totalmente feliz num país que é hoje um cemitério.
Você abre o jornal e só tem acréscimo de morte. Aqui no Rio são mais de 50 mil cadáveres. No plano pessoal, não tenho do que reclamar, mas não posso beijar, não posso abraçar. Não vejo nada positivo, a não ser a solidariedade, as pessoas fazendo doações. Esses gestos me dão, eu não digo alegria, mas um conforto.
Não se pode dizer “ótimo, maravilha, estou salvo”. Estou perdendo amigos, pessoas conhecidas. É um momento distópico, para falar o mínimo.
Como o senhor chega aos 90 anos?
Estou dividido. Sou mais feliz na velhice do que era na juventude. Eu era muito feio, magro, pobre, inseguro, não arranjava namorada.
Todos estão deprimidos, eu também. Estou vivendo uma contradição. Estou feliz, mas ninguém pode estar completamente feliz agora. Passei por várias crises, por vários momentos difíceis, suicídio de presidente, renúncia, deposição, fui preso na ditadura —não fui torturado, mas amigos foram.
Mas estamos vivendo todas as crises num momento só. Durante a ditadura, o Chico Buarque cantava que “amanhã vai ser outro dia”, mas hoje não se sabe quando vai ser outro dia, nem se vai ser. Esse vírus é traiçoeiro. E olha que sou acusado de ser otimista pelos meus amigos. O brasileiro é um ser esperançoso. Eu espero, torço. Esperança a gente tem; é a última que morre, citando o lugar-comum.
O ministro da Economia reclama que todos querem chegar aos cem anos. A alternativa é não chegar. Para os economistas e tecnocratas, a velhice é um peso morto, como se não servíssemos para nada. Somos imprestáveis.
O problema da velhice não é a idade, é a saúde. Sem saúde, você é infeliz até aos 20 anos. Não se pode estigmatizar a velhice, depende muito do estado em que se chega. É mais fácil elogiar a primavera do que o outono, mas vejo muita beleza no pôr-do-sol. Quando se está com a vista boa, né?
O senhor cobriu extensivamente o caso Chico Mendes. Mais de 30 anos depois, como avalia a causa da defesa da floresta?
Regredimos. Um dos dramas deste governo é esse ministério [do Meio Ambiente]. Para mim, não é surpresa. Na primeira entrevista que vi com ele [Ricardo Salles], ele dizia que Chico Mendes não tinha a menor importância.
O Chico inscreveu na agenda planetária a importância da Amazônia, e morreu por ela. Mas ele [Salles] está ali porque o presidente acha que isso é uma frescura. Se ele não for punido pela Justiça, ele não vai ser pelo governo, porque ele representa a vontade do presidente.
A cada momento se descobre mais derrubada da floresta, os números se superam. A situação é péssima. Não mataram ninguém como Chico Mendes até agora, mas a situação não melhorou.
Que ideias restam de 1968?
O ano de 1968 deixou dois legados que eu exalto, o da paixão pela causa pública e a ética. O movimento foi planetário, mas a geração brasileira foi a que mais sofreu. Uma geração muito especial. Eles tinham uma certa prepotência, achavam que quem sabe faz a hora, não espera acontecer. E a história não é feita com a sua vontade.
E como avalia a geração jovem de hoje?
Antes havia “a” geração; hoje cada grupo é uma geração. A geração da internet é uma coisa, a geração da favela é outra. A sociedade é muito segmentada. O jovem da favela é muito diferente em relação às dificuldades, ao estudo, ao trabalho, do jovem da zona sul. Temos uma cidade, o Rio de Janeiro, que é uma metonímia do país, em que há uma divisão social muito grande.
A distância entre as classes sociais aumentou. Não melhorou a cidade partida [título do livro de Zuenir de 1994]. E com um agravante, a milícia, que foi celebrada de início porque achavam que acabaria com a violência, com o tráfico. A milícia hoje está infiltrada em todas as instâncias do poder.
Há semelhanças entre a chacina de Vigário Geral, que deu origem ao 'Cidade Partida', e o massacre recente do Jacarezinho?
Quando cobri o pós-chacina de Vigário Geral, tinha esperança de ser a última. Mas tivemos mais e vai ter mais, porque a política de segurança do Rio é ultrapassada. Acham que combate às drogas tem que ser uma guerra, como o Nixon achava.
Com essa política retrógrada, de tempos em tempos vai ter chacina. A polícia entra, recolhe meia dúzia de armas, mata um monte de gente. E não existe bala perdida, ela atinge, em geral, inocentes.
O senhor faz parte da Academia Brasileira de Letras desde 2015. Há três cadeiras vazias na instituição. O senhor tem palpites para essas vagas?
Até disse isso para um candidato outro dia. Na ABL, antiguidade é posto e sou um dos mais recentes ali. Então vou primeiro conversar com a diretoria para saber o que é melhor para a academia, do que ela precisa. Já ouvi falar que ela precisa de mais um filólogo, ou de um médico. E há muitos candidatos.
Acho que a Fernanda Montenegro é um consenso. Só não vai se não quiser. Se ela estiver dividida em se candidatar. Porque as pessoas têm que se candidatar.
Os que me procuraram se decepcionaram, porque não têm que falar comigo. Vou primeiro conversar com a academia, diante dos candidatos. Mas eu não tenho candidato.
Qual sua relação com sua posição de imortal da ABL?
De fora há essa imagem de que é uma chatice, são 40 velhinhos que se reúnem toda semana para tomar chá, mas é muito divertido. É agradável e tem muito humor. Nós velhinhos temos muito humor. Estou sentindo muita falta, porque a academia fechou e não sabemos quando vai abrir.
O Ferreira Gullar, que resistiu muito à academia, era o primeiro a chegar às reuniões, e disse, antes de morrer, que o programa cultural dele era a academia.
Qual a relevância da imprensa nestes tempos de notícias falsas por todo canto?
Nesses últimos anos, a imprensa é culpada de tudo. Mas desde a época dos reis madava-se matar o emissário de más notícias. De certa maneira, nós somos esse emissário. Sempre que pode, o presidente diz que é culpa da imprensa. Todo poder tem implicância com a imprensa.
O leitor acha que a gente só publica notícia ruim. Na ditadura, diziam que só publicávamos notícia boa, e era verdade, porque tinha censura.Certas coisas que se fazem na internet em nome do jornalismo não são jornalismo. O jornalista apura o que vai publicar, e, em muito do que está na internet, a apuração não existe. Apuração é a coisa mais importante da tarefa do repórter.
Não reivindico censura na internet, porque já vimos a censura e sabemos que não serve de nada, mas alguma regulamentação precisava ser feita contra a impunidade. A notícia falsa é uma praga.
O cristão é convidado, sem imposições, a acolher e a fazer sua a palavra da Verdade que lhe revela quem ele mesmo é, de onde ele veio e para onde caminha. Saber-se um filho de Deus e irmão amado de Jesus é o segredo da verdade fundante do cristianismo. Não é uma verdade entre outras. É a verdade original, da qual derivam todas as demais. Somos filhos amados do Deus que é Trindade Santa e nos quer salvar e levar para a comunhão plena na Verdade. Assim sendo, o que mais atinge a verdade não é o erro nem a ilusão, que certamente a corrompem, mas é, sobretudo, tudo aquilo que aniquila a verdade como fidelidade a Deus e aos irmãos, toda traição que se apresenta com vestes ofuscantes e filha da mentira. A beleza que ofusca e cega, é chamada na Bíblia, como Satanás, o pai da mentira. Só a verdade nos libertará (Jo 8,32). Verdade é um caminho por onde se anda (Sl 25,3; 85,11). Caminho que nos permite dizer “amém” quando experimentamos a presença de Deus em nossas vidas. (Fernando Altemeyer Junior)
Via Nina Lucas
No Canadá, foi implementada a brilhante ideia de combinar lares para idosos com órfãos.
O resultado ultrapassou todas as expectativas!
Os idosos encontraram netos amorosos, e os órfãos pela primeira vez sentiram o que era amor e cuidado paternal.
Os médicos observaram uma melhoria em todas as funções vitais nos idosos. A olhos vistos despertam um grande interesse na vida.
Crianças que primeiro rejeitaram seus abraços, tementes, inseguros e tristes viraram crianças barulhentas e mais felizes.
As crianças encontraram uma família que nunca tiveram, os idosos voltaram a sentir o calor de um lar cheio de netos.
A solução perfeita para as pessoas inteligentes que entendem que as crianças precisam de um abrigo e idosos solitários de companhia para se sentirem amados e úteis.
Quando morei em Portugal, em 1990, mantive um hábito aos sábados: comprar o jornal semanal "Expresso". Por isso fiquei ainda mais feliz ao me deparar com esta matéria, de três dias atrás, com o Wagner Moura:
"Era uma história demasiado relevante para não ser contada. Carlos Marighella era um resistente da ditadura militar brasileira já praticamente esquecido, mas a biografia escrita por Mário Magalhães (“Marighella: O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo”) mostrava-a de tal forma que era impossível resistir a levá-la ao ecrã. “Era importante contá-la em 2013, quando começamos a escrever o roteiro, e me parece ainda mais importante contá-la agora”, considera Wagner Moura ao Expresso logo no início da conversa. Olha para os retratos do passado como “uma maneira de entender o presente, de evitar repetir erros no futuro e de nos conhecermos melhor” e isso estava espelhado nas quase 800 páginas daquele volume. Ficava também já definido o rumo da entrevista, o Brasil político do qual fala sem rodeios, transformando-se numa voz maior do país fora de portas."
Prefácio de "Contrarrevolução preventiva. Reflexões sobre o fascismo" (1922), de Luigi Fabbri.
Fabbri é quem pela primeira vez elabora o fascismo como uma "contrarrevolução preventiva". O prefácio ao livro - escrito para a reedição do livro de 2009 e que agora publico no blog - é de autoria da Assembleia Antifascista Permanente de Bolonha e traz importantes informações sobre Fabbri.
"Contrarrevolução preventiva" deve ser publicado no Brasil pela primeira vez ano que vem pela n-1 edições. O texto é um petardo e fala a nós, no Brasil, com uma agudeza certeira. Segue um trechinho:
"Para Fabbri, o Fascismo era um agregado heterogêneo de ódio anti-operário, vantagens patronais, ambições carreiristas, facções litigiosas e prepotentes: sua "fraqueza orgânica" era “o vazio de ideias sobre o qual se apoiava”, a incapacidade de propor um modelo qualquer de sociedade que não fosse "o arbítrio instável e contraditório dos indivíduos, dos grupos inorgânicos, dos interesses cegos, das vontades impulsivas, não unidas por uma ideia, mas por um ódio, apenas pelo desejo destrutivo”. Por isso, o Fascismo tinha necessidade de “vãs palavras retóricas”, de “fórmulas vagas”, de mitologias e “símbolos" unificadores."
Texto de Andrea Cavalletti sobre "Contrarrevolução preventiva. Ensaio sobre o fascismo", de Luigi Fabbri.
"Livres das retóricas e das obrigações do partido, os anarquistas, mais do que todos os outros, souberam dizer a verdade. E esta, sabe-se, nunca é politicamente indiferente ou inútil, e não tem apenas efeitos imediatos. Assim, disse a verdade Camillo Berneri, o primeiro a descrever em Mussolini grande ator (1934, mas agora editado pela Spartaco) os contornos do moderno divo das massas, descrevendo a crise do parlamentarismo como transformação espetacular da política. E disse a verdade Luigi Fabbri ao dirigir o olhar para as pequenas mas essenciais mudanças das formações sociais, e estabelecendo não a crônica triste, mas uma verdadeira microfísica do poder fascista. O nascimento do fenômeno novo e brutal se prolonga para ele no passado recente da Europa (a Grande Guerra), mas também se desdobra numa história do momento, feita de cumplicidade e de erros, medos, omissões fatais e cegueiras inadmissíveis. E se o fenômeno fascista revela uma fisionomia única, é porque responde a uma função específica: justamente a “preventiva", que o inscreve na prática securitária e o torna sobretudo um “verdadeiro instrumento de governo”."
Vamos tentar falar de coisa boa?
Pré-venda no site da Âyiné.
Tradução de Vinícius Nicastro Honesko
"Que casa está queimando? O país onde vive, a Europa, o mundo inteiro? Talvez as casas e as cidades já estejam queimadas, não sabemos desde quando, numa única e imensa fogueira que fingimos não ver. De algumas, restam apenas pedaços de muro, uma parede pintada, uma parte do teto, nomes, muitíssimos nomes já devorados pelo fogo. E, todavia, os recobrimos tão zelosamente com gesso branco e palavras mentirosas que parecem intactos. Vivemos em casas, em cidades queimadas de cima a baixo como se ainda estivessem em pé, as pessoas fingem viver aí e saem pelas ruas mascaradas entre as ruínas, como se ainda fossem os bairros familiares de outrora. E agora a chama mudou de forma e natureza, fez-se digital, invisível e fria, mas justamente por isso está ainda mais próxima, está ao nosso lado e nos circunda a todo instante."
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