O dia que começa. Artigo de José Tolentino de Mendonça

Foto: Pixabay

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

02 Outubro 2020

"Que saibamos proteger, hoje e sempre, aquilo que é vivo, que é minúsculo, que está desperto e fremente, e a sua obra maravilhosa. E que façamos isso não como mestres, mas sim como colaboradores de uma imensidão que nos supera e ao mesmo tempo nos engloba", escreve José Tolentino Mendonça, cardeal português, bibliotecário e arquivista do Vaticano, em artigo publicado por Avvenire, 01-10-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Senhor, faze com que, todos os dias, tenhamos a capacidade de passar da mera evocação dos símbolos à concretude do real, verdadeiramente atentos à gestação do mundo e empenhados em descrevê-la. Que saibamos apreciar a flagrante imediaticidade com que a vida se dá, mas também as suas camadas profundas, ocultas, quase geológicas.

Que, no instante e na duração, saibamos proteger, hoje e sempre, aquilo que é vivo, que é minúsculo, que está desperto e fremente, e a sua obra maravilhosa. E que façamos isso não como mestres, mas sim como colaboradores de uma imensidão que nos supera e ao mesmo tempo nos engloba.

Recebemos a aurora e o verde azulado dos bosques. Recebemos o silêncio intacto dos espaços. Recebemos a música do vento. Mas também recebemos a sofrida marcha da história. O fragmentário desígnio da nossa conversa humana. Essa espécie de parto interminável que torna todos os inquilinos da Terra semelhantes, entre dor e esperança.

Curva-te benigno, Senhor, sobre o nosso esforço de semeadores mais do que de ceifeiros, sobre o nosso esforço de operários, artífices, carregadores de água e construtores. E que a nossa oração se prolongue confiante quanto uma sintonia renovada com o Espírito, entre a leveza do dom e o empenho na luta.

 

Nota do IHU:

No dia 09 de outubro (sexta-feira), às 10h, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU realizará a conferência Pandemia, um evento global. Repensar o futuro da casa comum a partir da Encíclica Fratelli Tutti, com o Cardeal José Tolentino de Mendonça.

O evento será transmitido pela plataforma Microsoft Teams e pelo YouTube. Para mais informações e inscrições, acesse aqui.

Pandemia, um evento global. Repensar o futuro da casa comum a partir da Encíclica Fratelli Tutti. (Divulgação)

 

Leia mais