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Apologia da narração a duas vozes: Johann Baptist Metz e Papa Francisco

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24 Abril 2020

Desde as suas origens, afirma o papa, a fé cristã está ligada à narração. É um dado simbólico que devemos novamente explorar, tanto na inteligência da fé quanto na sua comunicação.

O comentário é do teólogo jesuíta francês Jean-Pierre Sonnet, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana, em artigo publicado em L’Osservatore Romano, 22-04-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Em 1973, o teólogo Johann Baptist Metz (1928-2019) assinou uma “Pequena apologia da narração”; o texto tornou-se, da parte católica, o manifesto daquilo que veio a se chamar de teologia narrativa. Nessa arenga, o teólogo alemão traz à baila Blaise Pascal, que, em seu “Mémorial” (1654), exclama: “Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, não dos filósofos e dos sábios”.

Diante do “Deus da razão puramente argumentativa, o Deus dos filósofos”, Johann Baptist Metz pretende, como Pascal, fazer justiça ao “Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus narrado”.

Da parte protestante, Karl Barth, por sua vez, defendeu a ideia da narração como lugar obrigatório da teologia, declarando em particular: “Quem é e o que é Jesus Cristo só pode ser contado e não captado e definido como sistema”.

No seu discurso do dia 24 de janeiro passado, por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco se inscreveu nessa tradição e a levou ainda mais adiante. Desde as suas origens, afirma o papa, a fé cristã está ligada à narração. É um dado simbólico que devemos novamente explorar, tanto na inteligência da fé quanto na sua comunicação.

A vida se faz história

O título da intervenção papal, “A vida se faz história”, anuncia a dimensão existencial, vital da relação com o relato. Um subtítulo dá a essa perspectiva alguns horizontes bíblicos: “Para que possas contar e fixar na memória” (Êxodo 10,2). Assim diz Deus a Moisés quando o envia a realizar sinais prodigiosos diante do faraó. Esses sinais destinam-se, certamente, a convencer o rei do Egito, de coração endurecido, mas também estão dedicados, desde o início, à memória narrativa do povo: “Para que possas contar e fixar na memória do teu filho e do filho do teu filho os meus sinais que Eu realizei no meio deles. E vós conhecereis que Eu sou o Senhor!”.

O Papa Francisco assim comentou: “A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite sobretudo contando, de geração em geração, como Ele continua a tornar-Se presente. O Deus da vida comunica-Se, narrando a vida”.

Os sinais que foram realizados nos dias da fuga do Egito continuam agindo na vida do povo que os relata. A relação entre vida e relato se verifica no Novo Testamento tanto na macronarração dos Evangelhos, quanto em cada uma das suas micronarrativas: “O próprio Jesus falava de Deus, não com discursos abstratos, mas com as parábolas, breves narrativas tiradas da vida de todos os dias. Aqui a vida faz-se história e depois, para o ouvinte, a história faz-se vida: tal narração entra na vida de quem a escuta e transforma-a”.

Histórias que nos ajudam

A reflexão narrativa do ser humano, explica o Papa Francisco, tem raízes antropológicas profundas. “O homem é um ser narrador. (...) As narrativas marcam-nos, plasmam as nossas convicções e comportamentos, podem ajudar-nos a compreender e dizer quem somos”.

Mas existem relatos e relatos: nem todas as histórias contadas contribuem para a edificação da humanidade em nós. Também sobre esse ponto, afirma o Papa Francisco, é preciso realizar uma obra de discernimento. O meio da narração pode ser utilizado para fins perversos. Segundo a Bíblia, foi o que ocorreu em Gênesis 3 na intervenção da serpente, que revela um cenário enganoso: “‘Se comeres, tornar-te-ás como Deus’ (...). ‘Se possuíres…, tornar-te-ás…, conseguirás…’: sussurra ainda hoje a quem se utiliza do chamado storytelling para fins instrumentais”. Diante dessas “histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência”, devemos dobrar a sabedoria: “Precisamos de paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mesmo na heroicidade oculta do dia a dia”. Histórias que nos ajudem.

Na sua apologia, Johann Baptist Metz ilustra o poder salvífico das histórias por meio de uma história hassídica: “Um rabino cujo avô havia sido discípulo de Baal-Shem foi convidado a contar uma história. ‘Uma história – contou o rabino – deve ser contada para que ela própria seja uma ajuda’. E contou: ‘Meu avô era aleijado. Uma vez pediram que ele contasse uma história do seu mestre. Então contou como o santo Baal-Shem costumava saltitar e dançar enquanto rezava. Meu avô se levantou e contou, e o relato o transportou tanto que precisou mostrar saltitando e dançando como fazia o mestre. A partir daquele momento, ele se curou. É assim que devem ser contadas as histórias”.

O mesmo se verifica, de um modo totalmente singular, nos relatos evangélicos. “Enquanto nos informam acerca de Jesus – escreve o papa –, ‘performam-nos’ à imagem de Jesus, configuram-nos a Ele: o Evangelho pede ao leitor que participe da mesma fé para partilhar da mesma vida”. Aqui, cita-se Bento XVI, que, na sua encíclica Spe salvi, no número 2, escreve: “A mensagem cristã não era só ‘informativa’, mas também ‘performativa’. Isso significa que o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas também uma comunicação que gera fatos e muda a vida”.

Tecidos de histórias

As histórias bem contadas – e, acima de tudo, as da Bíblia – são frequentemente pontuadas por palavras-chave. A intervenção do Papa Francisco também o é. Partindo da etimologia do termo “texto”, o papa enuncia de múltiplos modos a pertinência do verbo “tecer” quando se refere a histórias contadas. O ser humano é um ser tecido de histórias: “O homem não só é o único ser que precisa de vestuário para cobrir a própria vulnerabilidade (cf. Gn 3, 21), mas também o único que tem necessidade de narrar-se a si mesmo, de ‘revestir-se’ de histórias para guardar a própria vida. Não tecemos apenas roupas, mas também histórias”.

Com base nas palavras do Salmo 139, “teceste-me no seio de minha mãe”, o papa acrescenta que essa tessitura se prolonga por toda a vida: “Não nascemos perfeitos, mas necessitamos de ser constantemente ‘tecidos’ e ‘recamados’”. E o somos graças às histórias que nos atravessam e que tecemos de novo incessantemente, “quando tecemos de misericórdia as tramas dos nossos dias”.

Quando essa tessitura é feita através das histórias da Bíblia e do Evangelho, o divino se tece com o humano: “Deus teceu-Se pessoalmente com a nossa humanidade, dando-nos assim uma nova maneira de tecer as nossas histórias”.

A metáfora da tessitura é preciosa, nos leva ao sentido bíblico da palavra. Nas Escrituras, a palavra não é a tradução de um conceito. Ela se desdobra como um tecido, uma capa ou uma tenda.

Tecido, a palavra é extensível, capaz de acolher em si situações sempre novas e destinatários sempre novos. Ela é, de certa maneira, uma “palavra-tenda”, evocada pelo imperativo do profeta em Isaías 54,2: “Alarga o espaço de tua tenda, estende a tua lona – nada de economia –, estica a corda, finca a estaca”.

No papel dos discípulos

A extensibilidade da palavra bíblica é particularmente impressionante no contexto narrativo. O final do Evangelho de Mateus é eloquente a esse respeito. Ao término do relato, o Ressuscitado dá aos discípulos (mathētai) uma ordem significativa: “Fazei discípulos (mathēteusate) entre todas as nações” (Mateus 28,19).

Esse imperativo desencadeia uma dinâmica sutil e poderosa na recepção do relato. De fato, a ordem de Jesus leva a recomeçar do início a leitura, remetendo os destinatários futuros do Evangelho ao início do relato. Os destinatários em questão são chamados, assim, a se identificar com os mathētai (os “discípulos”) do relato, percorrendo com eles todas as etapas da iniciação evangélica.

O leitor é levado a engrenar a figura do mathētēs, do discípulo, na sua “marcha”, que é a do seguimento de Jesus. Nisso, o relato evangélico revela a sua dinâmica nuclear, ao mesmo tempo centrípeta e centrífuga. Centrípeta no modo como o relato remete sempre à “porta estreita”, a do seguimento de Jesus como Bildungsroman do discípulo e do ser discípulos juntos. Centrífuga no modo como o relato se projeta “para a periferia”, para todas as fronteiras geográficas e temporais da história, “até o fim do mundo” (Mateus 28,20). O relato não deixa de ampliar o seu tear, integrando novos destinatários ao seu drama salvífico.

Metáforas narrativas

Por trás do recente texto do Papa Francisco, reconhece-se o narrador que ele é. O seu ensinamento adota regularmente o ritmo das histórias bíblicas, seja a história de Jonas ou a do Evangelho de Marcos (nas homilias proferidas na Casa Santa Marta).

Em outros casos, o magistério do Papa Francisco é o das metáforas. Muitas delas têm uma força propriamente narrativa. Dizer do pastor que ele tem o cheiro das suas ovelhas significa, portanto, trazer novamente à memória a história contada por Jesus em Lucas 15,3-7, sobre a ovelha reencontrada pelo pastor: “Quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros”.

O mesmo vale para a metáfora da Igreja samaritana. Em diversas ocasiões, o Papa Francisco desejou que a Igreja seja uma Igreja samaritana. Esse desejo, de fato, é o ponto de chegada de uma tradição significativa. A matriz é, evidentemente, o texto lucano, a parábola com a qual Jesus responde ao levita que lhe perguntava: “Quem é o meu próximo?” (Lucas 10,25-37).

A história encontrou uma atualidade nova no Concílio Vaticano II, na última alocação de Paulo VI aos Padres conciliares (7 de dezembro de 1965): “A antiga história do Samaritano foi o paradigma da espiritualidade do Concílio. Uma simpatia imensa o pervadiu totalmente”.

O Documento de Aparecida (2007), depois, forjou a expressão “Igreja samaritana”: “A misericórdia da ‘Igreja samaritana’, portanto, tende a curar as feridas daqueles que são ou se sentem descartados ou excluídos, para que o homem possa viver, nesta vida feliz, integral e plena, uma ‘vida em abundância’”.

O teólogo peruano Gustavo Gutiérrez ilustra a expressão: a simpatia “samaritana” é a de uma Igreja que, em um compromisso de serviço, “se fez ‘próxima’ do outro, ferido, despojado, sem ajuda”.

A metáfora reproposta pelo Papa Francisco adquire, assim, uma dinâmica totalmente narrativa. Desejar uma “Igreja samaritana” significa desencadear uma sequência narrativa: “Um homem descia de Jerusalém a Jericó...” (Lucas 10,25-37). E isso até a pergunta final de Jesus: “‘Qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?’ Ele respondeu: ‘Aquele que usou de misericórdia para com ele’. Então Jesus lhe disse: ‘Vai e faze tu a mesma coisa’” (vv. 36-37).

Memoria passionis

As duas vozes de Johann Baptist Metz e do Papa Francisco nos preparam para o tempo mais narrativo do ano litúrgico, o Tempo Pascal. A partir da Quinta-feira Santa, o passado remoto, o tempo por excelência da história contada, dará o tom: “De fato, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: Na noite em que ia ser entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse...” (1Coríntios 11,23-24).

O mesmo vale para o relato da paixão que se segue: “Depois de cantarem o salmo, saíram para o Monte das Oliveiras” (Marcos 14,26). O passado remoto, por um lado, canoniza o evento da salvação, como “de uma vez por todas”, mas também o oferece “todas as vezes” do nosso retorno à fé.

Para Johann Baptist Metz, o relato tem uma virtude incomparável dentro dos discursos da fé, a de levar a sério a história do sofrimento. Uma teologia da salvação que pretenda respeitar a história do sofrimento não pode ser simplesmente especulativa, escreve ele; é substancialmente “comemorativa e narrativa”.

Ela se constrói narrativamente em torno da memória do sofrimento e da maneira pela qual Deus o acompanha e o atravessa; é memoria passionis. Na prova que a família humana atravessa nestes meses, todo relato de contágio, de doença, de morte e de cura é um relato que importa – no nível mais pessoal, no nível das comunidades nacionais, no nível da humanidade inteira.

Durante o Tempo Pascal, cada um desses relatos encontrará a memória narrativa dos cristãos e da Igreja. “Carregando a sua cruz, Jesus saiu...” (João 19,17); “Eram na verdade os nossos sofrimentos que ele carregava, eram as nossas dores que levava às costas” (Isaías 53,4-5).

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