Coreanos pedem paz e fim da pandemia

Foto: Fotos Públicas/República da Coréia

Mais Lidos

  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

09 Abril 2020

Lembrando este ano o septuagésimo aniversário do início da Guerra da Coreia, iniciada em 25 de junho de 1950, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) lançou a campanha “Oremos pela paz agora, terminemos a guerra”. Todos os cristãos estão convidados a intercederem pelo fim formal da conflagração e pela substituição do Acordo de Armistício por um tratado de paz permanente.

A informação é de Edelberto Behs, jornalista.

“Essa campanha é crucial em nossa jornada ecumênica de Peregrinação de Justiça e Paz”, disse o presidente da região para a Ásia no CMI, reverendo Dr. Sang Chang, da Igreja Presbiteriana na República da Coreia (Coreia do Sul). Ele espera que a campanha de oração “nos ajude a continuar sonhando com a reunificação e nos guie a interromper nossas atuais política hostis”.

Hoje, o diálogo político entre o norte e o sul na Península Coreana está interrompido. A cada ano, no domingo que antecede o dia 15 de agosto, o Conselho Nacional de Igrejas na Coreia do Sul e a Federação Cristã Coreana, da Coreia do Norte, preparam um celebração pela paz na Península.

A oração é o primeiro ponto de partida quando se busca a cura, a reconciliação e a reunificação da Península Coreana, enfatizou Chang. “Vimos essa maravilhosa unidade na oração quando o papa Francisco pediu aos cristãos e pessoas de boa vontade do mundo que se unissem para orar a oração do Senhor no dia 25 de março, às 11h. Somos chamados a ser pacificadores. A paz é um presente de Deus”, acrescentou em entrevista à diretora de Comunicação do organismo ecumênico internacional, Marianne Ejdersten.

Chang nasceu na Coreia do Norte, mas reside na Coreia do Sul. Ele visitou o seu país natal em três ocasiões e confessou que o seu envolvimento no processo de paz na Península tem sido “uma montanha russa de esperanças e decepções”. Mesmo assim, há sempre algo a comemorar nos passos no caminho da paz. “A lição mais prática que aprendi do Fórum Ecumênico na Península Coreana é que a paz é um processo, não um resultado”. Depois de meio século de divisão e conflitos, “não devemos esperar uma saída fácil”, admitiu.

O líder presbiteriano destacou, contudo, que a oração mais urgente agora deve ser a cooperação global para superar a pandemia do coronavírus, “além de quaisquer diferenças e divergências divisórias”, e com um cuidado especial pelos pobres e marginalizados diante da pandemia.

Nem mesmo durante a guerra as igrejas cristãs pararam suas atividades, mas neste momento elas estão cancelando os encontros de oração pelas manhãs e os cultos. Em 6 de abril, a Coreia do Sul registrou 10.284 casos de Covid-19 e 186 mortes. As visitas pastorais acontecem por telefone e os bancos de alimentos administrados pela igreja adotaram nova modalidade de prestação do serviço, como deixar comida nas  casas das pessoas.

“Devemos entender que adorar o nosso Deus de vida e proteger a vida das pessoas dadas por Deus são a mesma coisa”, disse. Na entrevista, Chang fez questão de agradecer o “serviço altruísta do pessoal médico e de saúde”, proporcionando esperança ao mundo.

Leia mais