25 Novembro 2019
Reflexo da crise, o número de desempregados que procuram trabalho por dois anos ou mais rompeu, pela primeira vez, a marca dos 100 mil no Rio Grande do Sul. Após ensaiar trégua, esse grupo atingiu a marca de 106 mil pessoas no terceiro trimestre, alta de 17,8% frente a igual intervalo de 2018. É o nível mais elevado da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012.
A reportagem é de Leonardo Vieceli, publicada por Zero Hora, 25-11-2019.
De julho a setembro, o número de profissionais nessa situação correspondeu a 19,7% de todos os desempregados no Estado (540 mil). Ou seja, um a cada cinco desocupados encarava a escassez de vagas por 24 meses ou mais. O tamanho do grupo é similar ao da população de Erechim (105,1 mil habitantes), no norte do Rio Grande do Sul.
Os dados foram levantados por ZH a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, cuja edição mais recente foi divulgada na semana passada.
– Trabalhadores perderam o emprego, não conseguiram voltar ao mercado e passaram ao grupo de quem procura trabalho há dois anos ou mais. É uma espécie de efeito acumulativo – define o coordenador da Pnad Contínua no Estado, Walter Rodrigues.
A parcela de 106 mil desocupados é formada por 68 mil mulheres e 38 mil homens. Por idade, os mais afetados são os de 18 a 24 anos. Para o IBGE, o trabalhador é considerado desempregado quando está afastado do mercado e segue em busca de recolocação. Se exercer os populares bicos no período de procura, deixa de integrar o contingente de desocupados.
A informalidade foi o caminho que se abriu para Bianca Rodrigues, 18 anos, obter alguma renda. Moradora da Capital, a jovem procura há cerca de dois anos o primeiro emprego com carteira assinada. Diante das dificuldades, passou a exercer atividades de babá e faxineira, sem registro formal.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.
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Fila de quem busca emprego há mais de dois anos bate recorde no Rio Grande do Sul - Instituto Humanitas Unisinos - IHU