18 Outubro 2019
O decorrer da assembleia sinodal tem superado na metade de seu percurso. Estamos em um momento em que o trabalho nos pequenos grupos vai ser recolhido para ser elaborado um primeiro esquema do documento final. Nessa dinâmica, Dom Philip Dickmans afirma que “as intervenções no plenário foram bem interessantes, levou vários assuntos”. Ele destaca como questão mais falada os ministérios.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Ao falar do seu grupo de trabalho, um dos grupos em português, diz que “nós debatemos vários assuntos, mas sobre a questão dos ministérios, numa questão sobre a pastoral vocacional, o celibato, não tem dúvida sobre isso”. Em relação aos viri probati e o reconhecimento dos ministérios para as mulheres e as diaconisas, reconhece que mesmo que “grande parte está a favor, tem que ser pensado, é uma possibilidade, mas foi também visto como um assunto que tem que ser mais aprofundado, não tem um consenso fechado”.
O bispo de Miracema – TO, coloca que “uma preocupação é que nós estamos representando nosso povo, e se nós não vamos dar resposta, não falar sobre isso, seria uma forma de traição”. Mesmo assim, “a batata quente vamos entrega-la nas mãos do Papa Francisco, porque somos um conselho consultivo”. Mesmo reconhecendo que o Sínodo “está bem positivo, é claro que nós queríamos avançar mais”. Ele afirma que “o Papa falou que não quer que venhamos para lhe escutar, mas eu quero escutar vocês, nós estamos aqui trazendo a voz do povo”.
Uma visão que não poucos têm é que o Sínodo para a Amazônia resolva todos os problema da Igreja. Sobre os temas que estão mais em debate, os viri probati e os ministérios para as mulheres, o bispo acha que “os ministérios para as mulheres e para os leigos, a questão das diaconisas no sentido de serviço, vai ser muito mais fácil, porque não é um ordenação, é um serviço”. Nesse sentido, Dom Philip insiste em que “nós não podemos ser omissos aquela voz que foi levantada no plenário”.
Muitos coincidem em que o Papa Francisco tem conseguido mudar a mentalidade na Igreja durante seu pontificado, mas é mais complicado mudar a estrutura. Nesse sentido, o bispo de Miracema afirma que “o Papa quer mudar e quer melhorar, mas em todo sentido a gente percebe uma fidelidade a Jesus Cristo. A reforma da Cúria é uma coisa bem complicada e com certeza ele quer fazer isso”. Acima de tudo o Papa quer ouvir, segundo o bispo.
Dom Philip Dickmans reconhece que “nós temos a impressão que a Igreja católica sempre anda para trás, demora para mudar”. Segundo ele, “mesmo que nós somos uma Igreja com características próprias, que é a Igreja da Amazônia, ela tem repercussão para toda a Igreja”. Nesse sentido, para tomar decisões sobre a Amazônia, dada sua peculiaridade, o bispo diz ter feito uma proposta para os cardeais, “para eles vir na Amazônia para entender um pouquinho, porque é muito difícil você estar aqui em Roma e não sabendo da realidade. Para eles é difícil entender que uma comunidade fica dois anos, até tem comunidades com mais nos sem Eucaristia”.
Por isso, “um dos pontos cruciais não é a comunhão, buscar a comunhão na paróquia e fazer a celebração da Palavra com comunhão, mas é celebrar o Mistério que não tem”. Na hora de tomar decisões, mesmo tendo muita novidade, “temos que pedir ao Espírito Santo que deixe nossas mentes abertas”, evitando que o Sínodo se torne “uma questão de voto, de sindicalismo”. Afirmando que “até agora o Sínodo foi bem bonito, bem sinodal”, ele diz que “temos que cuidar disso”, evitando “querer mandar no Espírito Santo, isso não vai funcionar, Ele quer abertura em nós”.
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“Nós estamos representando nosso povo, e se nós não dermos resposta, será uma forma de traição”, afirma Dom Philip Dickmans - Instituto Humanitas Unisinos - IHU