Bispos peruanos se solidarizam com o jornalista condenado por difamar um bispo do Sodalício

Catedral Basílica de Santa Maria. Foto: H-W. Schlieper | Wikicommons

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12 Abril 2019

"O próprio Santo Padre elogiou e agradeceu o trabalho dos jornalistas que, mediante suas investigações, contribuem para denunciar os abusos, para castigar os agressores e para assistir as vítimas", recordam. "Que o clima quaresmal de conversão e misericórdia mova a todos em direção da máxima transparência para que os crimes sejam reconhecidos e seja possível a justa reparação".

A reportagem foi publicada em Religión Digital, 11-04-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.

A Igreja Católica no Peru se solidarizou nesta quarta-feira com um jornalista que foi condenado à prisão suspensa, acusado de difamar um arcebispo, depois da publicação de uma investigação sobre abusos sexuais de uma sociedade católica de elite local.

A Conferência Episcopal do Peru, que representa a Igreja Católica no país de 32 milhões de habitantes, se solidarizou também com as vítimas de abusos e seus familiares, pouco depois de uma juíza sentenciar esta semana o jornalista peruano Pedro Salinas a um ano de prisão com liberdade condicional e ao pagamento de uma multa de 24.000 dólares.

Salinas havia acusado o arcebispo José Antonio Eguren de encobrir abusos sexuais e físicos por parte de membros do grupo local Sodalício de Vida Cristã, uma sociedade católica a qual pertence o religioso.

“O próprio Santo Padre elogiou e agradeceu o trabalho dos jornalistas que, mediante suas investigações, contribuem para denunciar os abusos, para castigar os agressores e para assistir as vítimas”, disse a Conferência Episcopal em um comunicado.

“A Igreja precisa de sua ajuda nesta difícil tarefa de lutar contra este mal”, acrescentou a autoridade religiosa.

Eguren, arcebispo da cidade nortenha de Piura, acusou Salinas perante a justiça e também sua colega Paola Ugaz, que publicaram o livro de investigação ao Sodalício, de caluniá-lo ao acusá-lo de encobrir os abusos.

O arcebispo Eguren afirmou em uma declaração à imprensa que era cedo para que a Conferência Episcopal do Peru fizesse comentários sobre o caso porque a sentença completa da juíza Judith Cueva ainda não havia sido publicada.

“Antes de fazer qualquer pronunciamento o melhor nestas circunstâncias é esperar para conhecer o texto integral da sentença” que será difundido em 22 de abril, afirmou Eguren.

Comunicado da Conferência Episcopal peruana

A Presidência da Conferência Episcopal Peruana, ao tomar conhecimento da decisão da Juíza do Primeiro Tribunal Unipessoal Penal de Piura, no caso de um jornalista que buscou esclarecer a verdade sobre as ações do Sodalitium, manifesta o seguinte:

1. O Papa Francisco nos pede enfaticamente para priorizar a compreensão e atenção às vítimas de todo tipo de abuso, condenando qualquer tipo de cumplicidade.

2. O próprio Santo Padre elogiou e agradeceu o trabalho dos jornalistas que, mediante suas investigações, contribuem para denunciar os abusos, para castigar os agressores e para assistir as vítimas. O Papa destaca que a Igreja necessita de sua ajuda nesta difícil tarefa de lutar contra este mal.

3. Que o clima quaresmal de conversão e misericórdia mova a todos em direção da máxima transparência para que os crimes sejam reconhecidos e seja possível a justa reparação.

Finalmente, reiteramos nossa solidariedade e proximidade para com as vítimas, com seus familiares e com seus defensores.

Lima, 10 de abril de 2019.

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