30 Novembro 2018
São Paulo tem o maior número de favelas do Brasil, com 1.715 ocupações cadastradas pela Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB). Estima-se que elas comportam 391 mil domicílios e mais de dois milhões de moradores, o equivalente a 11% da população da cidade.
Em todo o país, o número de brasileiros vivendo em habitações irregulares é de 11,4 milhões. Os dados são do censo de 2010 do IBGE.
A reportagem é de Eduardo Silva, publicada por CartaCapital, 30-11-2018.
As favelas se caracterizam por espaços habitados precários que surgem de ocupações espontâneas, feitas sem definição prévia de lotes. Essas habitações geralmente possuem redes de infraestrutura insuficientes e elevado grau de precariedade.
Excluem-se, aqui, os “núcleos urbanizados”: favelas que possuem 100% de infraestrutura de água, esgoto, iluminação pública, drenagem e coleta de lixo, viabilizadas através de ações por parte do poder público ou não. A Secretaria de Habitação informa que 425 núcleos estão cadastrados em seu sistema e estima 60,6 mil famílias vivendo nestes locais.
O estado de São Paulo tem oito das 50 favelas mais populosas do País, segundo o IBGE. No ranking de habitantes, Paraisópolis, na Zona Sul da cidade de São Paulo, está em oitavo lugar com 42,8 mil moradores. Heliópolis, também na parte sul da capital paulista, é a décima favela mais populosa do Brasil, com 41,1 mil pessoas.
Paraisópolis
População: 42.826
Domicílios: 13.071
Esgoto: presente em 11.612 residências (88,8% do total)
Heliópolis
População: 41.118
Domicílios: 12.105
Esgoto: presente em 11.415 residências (94,3% do total)
Em termos de dimensão, Heliópolis é a maior delas. Em uma área de quase um milhão de metros quadrados, a favela reúne 18 mil imóveis e 3 mil estabelecimentos comerciais, conforme levantamento da Unas (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região).
Das cinco subprefeituras com maior número de residências em favelas, três delas estão na zona sul. São elas: Campo Limpo (com 59.483 moradias em favelas), M’Boi Mirim (42.350) e Cidade Ademar (25.468). As outras duas são Sapopemba, na zona leste, com 18.273 residências e Freguesia/Brasilândia, na zona norte, com 24.708.
As subprefeituras da Sé, no centro da cidade, Pinheiros, na zona oeste, e Vila Mariana, na zona sul, possuem, respectivamente, o menor contingente. O número leva sobre o total de domicílios da região. Confira no Mapa da Desigualdade, da Rede Nossa São Paulo, o índice completo.
Enquanto as favelas são formadas a partir da ocupação de terrenos públicos ou particulares, os cortiços são assentamentos que se caracterizam como habitações coletivas de aluguel. Frequentemente apresentam infraestrutura precária e instalações sanitárias compartilhadas entre vários cômodos. As maiores concentrações de cortiços se dão nas regiões centrais da cidade. Existem 1.506 cortiços cadastrados pela Secretaria de Habitação apenas nas subprefeituras da Sé e Mooca.
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Mais de 2 milhões de paulistanos ainda moram em favelas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU