08 Agosto 2018
Ricardo Ezzati “já não é pastor de ninguém e perdeu a autoridade”. O jesuíta chileno Felipe Berríos foi meridianamente claro sobre o futuro do ainda cardeal de Santiago. “É necessária uma mudança o antes possível”.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 07-08-2018. A tradução é do Cepat.
“Agora que ele (Ezzati) está caído, não quero fazer lenha dele, mas obviamente que já não é pastor de ninguém”, ressaltou Berríos, que advertiu que, após a renúncia da plenária episcopal em maio passado, “o problema (agora) não é mudar os bispos, porque não tem a quem colocar”.
“Primeiro, não tem a quem colocar; segundo, é preciso mudar o estilo da Igreja. Enquanto houver padres com colarinhos romanos, que é necessário tratá-los como padres ou bispos, enquanto nós seguirmos um estilo em que os leigos estão para nos servir, excluindo a mulher da Igreja, isto permanecerá igual, não mais”, denunciou o jesuíta.
O curso de Ezzati parece cada vez mais claro, depois que renunciou presidir o Te Deum do próximo dia 18 de setembro, e também saiu da Pontifícia Universidade do Chile. Para Berríos, “já perdeu autoridade, há muito tempo que não tem autoridade de pastor, não pode exercer como pastor, já não está exercendo como pastor. Mantém o título, por isso que seria bom uma mudança o antes possível”.
Por sua parte, o jornalista Juan Carlos Cruz, uma das vítimas do influente sacerdote Fernando Karadima, disse esperar que “Ezzati saia logo, não irá se livrar”. “Acredito que nenhum dos bispos atualmente na Conferência Episcopal deveria ser arcebispo de Santiago. Todos têm algo”, enfatizou.
Enquanto um dos denunciantes no caso Maristas, Eneas Espinoza, afirmou que como “fruto da pressão, Ezzati não preside, mas isso não resolve o problema de fundo”.
“Quando uma crise é tão profunda, a única coisa que poderia ser uma voz de esperança é que a intervenção viesse de fora”, acrescentou.
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Chile. “Ricardo Ezzati já não é pastor de ninguém”, afirma o jesuíta Felipe Berríos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU