Morre Manuel Noriega, ex-ditador do Panamá

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Por: João Flores da Cunha | 31 Mai 2017

O ex-ditador do Panamá Manuel Antonio Noriega faleceu no dia 29-5 na Cidade do Panamá. Ele governou o país entre 1983 e 1989. Noriega, que tinha 83 anos, morreu em um hospital, onde estava internado desde março para a retirada de um tumor no cérebro.

Noriega foi condenado a mais de 60 anos de prisão por crimes cometidos durante o seu governo: o desaparecimento de um guerrilheiro de esquerda, a morte de um opositor e um massacre de militares. Ele estava em uma cadeia até janeiro deste ano, quando foi liberado de forma temporária para cumprir sua pena em prisão domiciliar até a cirurgia.

Ele foi o último líder de uma ditadura militar que governou o país entre 1968 e 1989. Sem jamais ter sido presidente, o general Noriega centralizou o poder e foi o governante de facto do país por seis anos.

No contexto da Guerra Fria, a ditadura panamenha era apoiada pelos Estados Unidos, mas Noriega perdeu esse apoio ao longo da década de 1980. Ele tinha vínculos com o tráfico de armas e com o narcotráfico, inclusive com o Cartel de Medellín, liderado pelo narcotraficante colombiano Pablo Escobar.

Em 1989, após Noriega declarar nula uma eleição presidencial que o candidato apoiado por ele havia perdido, os EUA invadiram o Panamá. Noriega foi deposto e capturado pelas forças invasoras. Ele foi levado para os Estados Unidos como prisioneiro de guerra, e foi condenado a 40 anos de prisão por delitos ligados ao narcotráfico.

O Exército panamenho foi dissolvido após a invasão estadunidense. À época da intervenção, os EUA controlavam, em conjunto com o país centro-americano, o Canal do Panamá, ponto estratégico de conexão entre os oceanos Pacífico e Atlântico. Atualmente, só o Panamá tem autoridade sobre o canal.

Em 2010, Noriega foi extraditado para a França, onde cumpriu pena relativa ao crime de lavagem de dinheiro. Em 2011, foi extraditado para o Panamá.

O atual presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, afirmou por meio do Twitter que a morte de Noriegafecha um capítulo de nossa história; suas filhas e seus familiares merecem um sepultamento em paz”.

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