25 Março 2017
Com extensão que cobre cerca de 80% do território brasileiro, as bacias hidrográficas são um conjunto de terras em que o escoamento das águas das chuvas, que acontece por meio de riachos e córregos, chega a um único ponto, um rio.
Ao todo, são 200 mil microbacias espalhadas em 12 regiões hidrográficas, como as bacias do São Francisco, do Paraná e a Amazônica – a mais extensa do mundo e majoritariamente localizada no Brasil. Esta quantidade importante de bacias permite que o País contabilize cerca de 12% de toda a água doce do planeta.
A reportagem foi publicada por Portal Brasil, 24-03-2017.
É por conta das bacias também que o potencial hídrico do País provê um volume de água por pessoa 19 vezes superior ao mínimo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) – de 1.700 m³/s por habitante por ano.
Para proteger esses grandes reservatórios de água doce, o governo federal possui o Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas. O objetivo principal é recuperar, conservar e preservar as bacias em situação de vulnerabilidade ambiental, por meio de ações permanentes e integradas que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais e a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os diversos usos.
Entenda a importância das regiões hidrográficas do Brasil
Com 12 bacias hidrográficas, território brasileiro contém cerca de 12% de toda a Mapa in Gestão de bacias hidrográficas, Monica F. A. Porto; Rubem La Laina Porto, Estud. av. vol.22 no.63 São Paulo 2008
Conheça mais sobre as 12 regiões hidrográficas brasileiras:
É constituída pela maior rede hidrográfica do globo terrestre, ocupando uma área da ordem de 6,1 milhões de km², desde suas nascentes nos Andes Peruanos até sua foz no oceano Atlântico, na Região Norte do Brasil. É a maior do mundo em disponibilidade de água. A bacia continental se estende sobre sete países da América do Sul, e 63% dela ficam no Brasil.
Possui uma área de 918.822 km², 11% do território nacional, e abrange os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. Ela apresenta grande potencialidade para a agricultura irrigada, especialmente para o cultivo de frutíferas, de arroz e outros grãos, como milho e soja.
Está situada majoritariamente no Maranhão e em uma pequena porção do Pará, com área de 274.301 km², aproximadamente 3,2% da área do Brasil. A região apresenta uma vazão média de 2.608 m³/s, ou seja, 1% do total do País, e a principal necessidade da água na bacia é para consumo humano.
Depois da bacia do rio São Francisco, essa região é, hidrologicamente, a segunda mais importante do Nordeste. Ela abrange, em maior parte, o Piauí, além de parte do Maranhão e do Ceará. Os aquíferos da região apresentam o maior potencial hídrico da Região Nordeste, no entanto, existem grandes diferenças interregionais de disponibilidade hídrica.
Tem área de 286.802 km², equivalente a 3,3% do território brasileiro. A bacia tem uma importância singular em relação à ocupação urbana ao contemplar cinco importantes capitais do Nordeste, regiões metropolitanas, dezenas de grandes núcleos urbanos e um parque industrial significativo.
A Região Hidrográfica do São Francisco abrange 521 municípios em sete unidades federativas: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Goiás, além do Distrito Federal. Com 2.700 km, o rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Fundamental para o Semiárido nordestino, a área de drenagem de 638.576 km² ocupa 8% do território nacional. O potencial hidrelétrico aproveitado da bacia é de 10.473 MW, distribuídos principalmente nas usinas Três Marias, Queimado, Sobradinho, Itaparica, Complexo Paulo Afonso e Xingó.
Fazem parte da Região Hidrográfica Atlântico Leste as capitais dos estados de Sergipe e da Bahia, alguns grandes núcleos urbanos e um parque industrial significativo. Ela tem uma área de 388.160 km², equivalente a 4,5% do território brasileiro, onde estão inseridos 526 municípios parcial ou integralmente.
O rio Paraguai nasce no Brasil, e a região hidrográfica abrange uma área de 1 milhão de km², sendo 33% no Brasil e o restante na Argentina, Bolívia e Paraguai. A Região Hidrográfica do Paraguai inclui uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, o Pantanal, considerado Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988 e Reserva da Biosfera pela Unesco no ano de 2000.
Com 32,1% da população nacional, apresenta o maior desenvolvimento econômico e a maior demanda por recursos hídricos do País. Com uma área de 879.873 km², a região abrange os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal. Em 2010, aproximadamente 61,3 milhões de pessoas viviam na região, 32% da população do Brasil.
Soma 214.629 km² de área, o equivalente a 2,5% do País. Ela é conhecida nacionalmente pelo elevado contingente populacional e pela importância econômica da indústria. O grande desenvolvimento da região, entretanto, é motivo de problemas em relação à disponibilidade de água, já que cerca de 28,2 milhões de pessoas habitavam a região em 2010 (14,8% da população do Brasil) e ela apresenta uma das menores disponibilidades relativas no País.
Tem grande importância devido às atividades agroindustriais e pelo potencial hidrelétrico. O rio Uruguai possui 2.200 km de extensão, e a bacia hidrográfica possui, em território brasileiro, 174.533 km² de área, 2% do território nacional. A região possui um total de 384 municípios, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Destaca-se pelo grande contingente populacional, pelo desenvolvimento econômico e pela importância para o turismo. A região se inicia ao norte, próximo à divisa dos estados de São Paulo e Paraná, e se estende até o arroio Chuí, ao sul. Possui uma área total de 187.522 km², que representa 2,2% do Brasil e abriga 451 municípios.
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