Grupo católico italiano recebe mais refugiados que 15 países da União Europeia

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01 Março 2017

A comunidade católica Santo Egídio acolheu em um ano na Itália de maneira legal e segura 700 refugiados oriundos do Oriente Próximo, mais que a soma dos refugiados acolhidos por 15 países da União Europeia juntos. Somente seis Estados acolheram anualmente mais refugiados que a Comunidade Santo Egídio: França, Alemanha, Portugal, Holanda, Finlândia e Espanha, que recebeu 744 pessoas. O compromisso da União Europeia foi distribuir 160 mil asilados.

A reportagem é de María Salas Oraá e publicada por El País, 27-02-2017. A tradução é de André Langer.

O projeto, o primeiro deste tipo na Europa, oferece um modo legal e seguro de entrar na União Europeia. Baseia-se em um acordo assinado entre os Ministérios do Interior e do Exterior da Itália e três comunidades religiosas (Santo Egídio, que assume a maior parte das responsabilidades, a Federação de Igrejas Evangélicas da Itália e a Mesa Valdense).

As organizações religiosas selecionam as pessoas e financiam todos os gastos – processo de seleção, viagem, acolhida, burocracia – e as autoridades italianas colaboram no âmbito da segurança e precisam aprovar cada uma das chegadas. Uma vez na Itália, a Comunidade Santo Egídio encarrega-se de dar a primeira acolhida e de oferecer soluções de longo prazo, uma tarefa na qual participam muitas outras associações da sociedade civil, religiosas e laicas. Os refugiados têm aulas de italiano e também contam com ajuda para o processo burocrático de pedido de asilo. Tudo autofinanciado pelas associações, sem financiamento do Estado.

Com este método, os refugiados não precisam se arriscar, proporciona-se uma acolhida segura e controlada e a integração daqueles que fogem da guerra e que, do contrário, seriam vítimas de traficantes de pessoas. Além de impedir a exploração, esta solução quer evitar as viagens em embarcações precárias pelo Mediterrâneo, onde no ano passado morreram 5 mil pessoas, e proteger os mais vulneráveis.

“Um ano de corredores humanitários demonstra que, diante do medo, é necessário responder com sistemas que garantem a segurança e, ao mesmo tempo, a solidariedade. Os corredores humanitários estão sendo conhecidos na Europa; seguramente chegarão à França e tenho a esperança de que logo cheguem também à Espanha”, disse Andrea Riccardi, fundador da Comunidade Santo Egídio, ao dar as boas-vindas a um grupo de sírios.

Coincidindo com o primeiro aniversário deste sistema, chegaram ao aeroporto de Roma, no domingo, vindos do Líbano, outros 48 refugiados sírios. A família de Sarkis, sua esposa, Talar, e suas três filhas – Pamela (13 anos), Perla (8) e Ivana (2) –, de origem armênia, chegaram depois de fugir de Aleppo. Foram recebidos no aeroporto com flores e cartazes em que estava escrito: “Bem-vindos à Itália”.

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