15 Outubro 2016
A relação sexual entre duas pessoas do mesmo sexo “é algo contrário ao desígnio de Deus, é ofensivo para Ele e reflete uma desordem em relação às intenções de Deus relativas à complementaridade nas relações sexuais”.
A reportagem é publicada por Agencia Fides, 14-10-2016. A tradução é de André Langer.
A Igreja “não pode tolerar uniões do mesmo sexo como uma forma de comportamento aceitável a Deus”. Por isso, “qualquer medida pastoral tomada por uma igreja no que se refere a qualquer casal homossexual (como uma liturgia ou um serviço religioso para fazer a bênção) que elimina a necessidade de arrependimento e um compromisso de buscar uma mudança de comportamento, possibilitado pela força do Espírito, seria contrário à tradicional doutrina ortodoxa da Comunhão Anglicana no que se refere ao matrimônio e à sexualidade. Disposições pastorais deste gênero, mesmo que possam dar à Igreja uma imagem mais humana e socialmente aceitável, escondem, na realidade, a violação da doutrina de referência”.
Assim se expressam os 12 primados e os 90 delegados de 20 províncias anglicanas vinculadas à Anglican Global South em um documento de 11 pontos sobre as uniões homossexuais assinado e publicado por ocasião da 6ª Global South Conference, realizada no Cairo de 03 a 08 de outubro.
Ao reiterar o seu firme ‘não’ à celebração litúrgica de casamentos do mesmo sexo, os representantes das Igrejas anglicanas do Global South reafirmam seu pleno compromisso com uma pastoral que saiba acolher e acompanhar as pessoas homossexuais, aceitando-as “assim como são, assim como Deus nos aceitou como éramos. Nós nos opomos”, diz o documento recebido pela Agencia Fides, “à ofensa ou à humilhação daqueles que não seguem os caminhos de Deus. Afirmamos que toda pessoa é amada por Deus, assim que nós também devemos amar, como Deus ama. O nosso dever é ajudá-los a voltar aos passos de Deus, convidando-os a receber o amor transformador de Cristo, que lhes dá o poder de arrepender-se e caminhar em uma novidade de vida”.
O documento menciona ainda que na decisão de abordar a questão das uniões homossexuais não existe nenhuma intenção de minimizar o pecado de outros comportamentos “contrários ao caminho querido por Deus para o gênero humano”, como o egoísmo, a malícia, os ciúmes, o ódio e o homicídio.
Durante o encontro, os máximos representantes das províncias anglicanas presentes no Cairo foram recebidos também pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, que durante o encontro, exaltou o papel dos líderes religiosos na construção da paz. O anfitrião foi o arcebispo Mouneer Hanna Anis, bispo do Egito e do Norte da África e Primaz da Igreja anglicana de Jerusalém e do Oriente Médio, que em seu pronunciamento, polemizou com as “Igrejas do Norte” que querem impor às Igrejas do Sul uma “nova forma de escravidão ideológica e financeira”.
O pronunciamento dos primazes e dos representantes anglicanos reunidos no Cairo – segundo fontes locais consultadas pela Agencia Fides – foi recebido com satisfação por outras Igrejas e comunidades eclesiais presentes no Egito.
A Anglican Global South é um organismo de coordenação a que se referem 24 das 38 províncias da Comunhão Anglicana, que se encontram no hemisfério sul e que compreendem todas as províncias anglicanas da África, a grande maioria das sul-americanas e a maior parte das asiáticas.
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Os anglicanos do 'Global South' são contra os casamentos homossexuais - Instituto Humanitas Unisinos - IHU