Por: Jonas | 02 Mai 2016
A Autoridade de Informação Financeira da Santa Sé (AIF) notificou, durante 2015, um total de 544 operações financeiras suspeitas, quase quatro vezes mais que o ano anterior, quando foram 147, informou hoje o Vaticano.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 28-04-2016. A tradução é do Cepat.
A Santa Sé publicou, nesta quinta-feira, o Relatório Anual sobre suas contas durante o exercício de 2015 e no documento se lê que o sistema de vigilância registrou, nos últimos três anos, até 893 avisos de atividades suspeitas.
Em 2013, foram 202, em 2004, alcançaram as 147 e no ano 2015 foi registrado uma importante alta nestas notificações, que quase se quadruplicaram ao chegar às 544.
Não obstante, no comunicado, o diretor da AIF, Tommaso di Ruzza amparou que “o aumento dos avisos de atividades suspeitas não foi determinado por um maior número de potenciais atividades ilícitas”, mas por outros fatores.
Entre eles, destacou a conclusão do procedimento de fechamento das contas que não cumprem a legislação vaticana, as políticas adotadas pelos organismos de vigilância e o monitoramento dos usuários no âmbito de programas de colaboração voluntária, em matéria final, empreendidos pelos Estados estrangeiros.
Também, se deve “em geral”, ao reforço dos sistemas de notificação e à crescente consciência das obrigações de sinalização por parte dos que são vigiados.
Entre os avisos recebidos, em 2015, o promotor de justiça (fiscal vaticano) abriu um total de 17 investigações.
Por outro lado, no relatório se destaca o aumento da colaboração fiscal entre o Estado da Cidade do Vaticano e organismos e autoridades competentes estrangeiras.
Concretamente, destaca-se que os casos de cooperação bilateral entre a AIF e os organismos internacionais cresceu de 4, em 2012, a 8, em 2013, 113, em 2014, e a um total de 380, em 2015.
Além disso, o número de declarações transfronteiriças de dinheiro em saída “se reduziu constantemente” desde 2012, quando foram 1.782, passando a 1.557, em 2013, a 1.111, em 2014, e a 1.196, no ano passado.
Também os movimentos transfronteiriços de dinheiro para as contas vaticanas caiu, de 589, em 2012, a 550, em 2013, 429, em 2014, e a 367, em 2015.
A Santa Sé ressaltou que isto se deve a “um crescente controle por parte das autoridades competentes e à introdução de procedimentos reforçados para os que são vigiados”.
Em resumidas contas, o ano de 2015 foi caracterizado por “uma efetiva atuação e aplicação do quadro regimental da Santa Sé” e se “intensificou a cooperação internacional da autoridade vaticana competente com seus próprios sócios internacionais, para combater as atividades financeiras ilícitas”.
“A cooperação internacional continua sendo um compromisso chave da AIF. Foram assinados vários protocolos de acordo com as Autoridades de outras jurisdições e a troca de informação em nível bilateral aumentou significativamente”, declarou no comunicado o presidente da AIF, René Brülhart.
A Autoridade de Informação Financeira do Vaticano é o organismo responsável por fiscalizar os movimentos financeiros da Santa Sé, para prevenir casos de lavagem de capitais ou de financiamento do terrorismo.
Foi instituída pelo Papa Bento XVI, em dezembro de 2010, e seu estatuto foi aprovado pelo Papa Francisco, em novembro de 2013, em prol de estabelecer “normas em matéria de transparência, vigilância e informação financeira”.
No ano passado, a AIF estabeleceu acordos de troca de informação com países como Albânia, Cuba, Hungria, Luxemburgo, Noruega e Paraguai.
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Vaticano detectou 544 operações financeiras suspeitas, em 2015 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU