13 Abril 2016
O padre católico Virgilio Elizondo, que se suicidou no mês passado em sua casa de San Antonio, Texas, se disse pecador, numa nota que deixou escrita no seu escritório e solicitou perdão e misericórdia a quem tenha ofendido.
A informação é publicada por Terra, 11-04-2016. A tradução é de IHU On-Line.
No entanto, nunca se referiu à acusação de abuso sexual feita em maio de 2015, cometido contra um menino que buscou sua ajuda há mais de 30 anos.
Elizondo, que tinha 80 anos de idade e era um teólogo respeitado nos EUA, considerado o fundador da teologia latina no país, vivia sob suspeita depois de ter sido acusado de abuso sexual, numa ação judicial que corria no condado texano de Bexar.
A nota do padre foi divulgada, segunda-feira, 11-04-2016, pelo advogado Thomas J. Henry, que representa a presumida vítima do abuso infantil ao indicar que o escrito revela a mentalidade do padre no momento do suicídio.
“Apesar dos meus pecados, vivi minha vida dedicada totalmente a serviço dos outros, especialmente aos anciãos, aos imigrantes, às minorias e aos pobres. Minha confiança na absoluta misericórdia de Deus e no amor de Deus permanece e sou muito agradecido”, escreveU Elizondo na nota, elaborada numa máquina de escrever.
“Agora estou muito cansado, fatigado e vazio. Meu corpo está caindo aos pedaços. Meus joelhos não me aguentam mais, meus rins começam a falhar, meus olhos se turbam e outras complicações”, escreveU o padre.
“Como posso servir melhor? Neste momento ofereço a minha vida como um último presente. Livremente escolho meu momento e a forma de entregar minha vida aos outros. Isto não é um suicídio, mas um presente de despedida. Rezo para que o presente da minha vida possa trazer alívio a qualquer um que eu tenha machucado”, escreveu.
Elizondo concluiu a sua nota pedindo perdão a qualquer pessoa que tenha ofendido. “Nunca tive a intenção de machucar alguém. Minha maior dor é que machuquei a outros, especialmente aqueles que mais amo. Sou um pecador necessitado de perdão e misericórdia.
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"Não é um suicídio. É um presente", escreve Virgilio Elizondo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU