Por: André | 23 Mai 2012
Bento XVI reconheceu, nesta segunda-feira, que durante seus sete anos de pontificado viveu “noites escuras” exatamente quando a Igreja estava sendo sacudida pelo “vati-leaks”, crise que se deu em decorrência da publicação de documentos papais reservados.
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 21-05-2012. A tradução é do Cepat.
O líder católico fez esta confissão durante um almoço que ofereceu aos cardeais residentes em Roma por ocasião do seu aniversário como Papa e seu aniversário natalicio de 85 anos, para quem recordou também muitos momentos de alegria ao longo de seu ministério apostólico.
“Aagradeço, sobretudo, ao Senhor por tantos anos que me concedeu, anos com tantos dias de gozo, esplêndidos tempos, mas também noites escuras. Mas, olhando de forma retrospectiva, se compreende que também as noites eram necessárias e boas”, disse.
O almoço, realizado no Palácio Apostólico de Roma, aconteceu dois dias depois da publicação do livro Sua Santidade, do jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, que trouxe à luz uma série de memorandos, cartas e reportagens confidenciais vazados do Vaticano.
Os escritos referem-se aos assuntos mais delicados da agenda do líder católico: desde a crise nos Legionários de Cristo até a suposta corrupção nas licitações do Estado pontifício, passando pela administração das finanças apostólicas.
Sem mencionar abertamente esse tema, Joseph Ratzinger recordou aos cardeais que a Igreja é “militante” e se encontra envolvida em uma constante luta contra o mal.
“Vemos como o mal quer dominar o mundo e que é necessário entrar em luta contra o mal. Vemos como o faz de tantos modos, cruentos, com as diversas formas de violência, mas também disfarçado de bem e assim destruindo os fundamentos morais da sociedade”, advertiu.
“Nós estamos nesta luta e nesta luta é muito importante ter amigos. Eu estou rodeado dos amigos do Colégio Cardinalício: são meus amigos e me sinto em casa, me sinto seguro nesta companhia de grandes amigos que estão comigo, todos juntos, com o Senhor”, apontou.
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Papa confessa ter passado ''noites escuras'' em seus sete anos de pontificado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU