12 Outubro 2025
"Uma "heresia" do bem, colocando conteúdo amoroso de cerimônias tantas vezes vazias, para mera "limpeza" do corpo, do exterior. Da água para o vinho, pra continuar a festa!", escreve Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ, ao comentar o evangelho da Festa de Nossa Senhora Aparecida.
E rezamos: "Senhora Aparecida, que hoje é também louvada como a Senhora de Nazaré, nos ponha de pé, em meio aos inevitáveis tropeços".
Eis o comentário.
12 de outubro: neste domingo, em milhares de comunidades de fé pelo mundo, há o relato do primeiro milagre de Jesus, segundo João (2, 1-11).
Numa festa de casamento (vida é celebração de encontros!), o vinho acabou e Maria pediu providências a seu filho (mãe é atenção e cuidado, protetora e provedora).
Jesus pede pra que encham de água os potes dos ritos de purificação dos judeus e transforma aqueles 600 litros no melhor vinho, pra alegria e a partilha prosseguirem.
Uma "heresia" do bem, colocando conteúdo amoroso de cerimônias tantas vezes vazias, para mera "limpeza" do corpo, do exterior. Da água para o vinho, pra continuar a festa!
Hoje também se celebra Nossa Senhora Negra Aparecida, devoção popular no Brasil. Tudo começa com a "pesca", no rio Paraíba do Sul, em 1717 (tempos da escravização colonial), de uma imagem pequenina da santa, com a cabeça decepada (logo depois encontrada), enegrecida pelo tempo, no fundo do rio.
Nossa Senhora Aparecida foi se tornando símbolo e virou padroeira do Brasil, cuja devoção ajuda no amparo e na cura, na proteção sobretudo aos mais desvalidos.
Mãe dadivosa que arca e cerca os pequeninos.
Oremos:
"Valei-nos, Senhora Aparecida, acolhei-nos sob seu manto protetor, defende-nos de tudo que possa soar como negação: doença, miséria, injustiça, opressão. Você, que hoje é também louvada como a Senhora de Nazaré, nos ponha de pé, em meio aos inevitáveis tropeços. E, quando não houver energia para tanto, pela força da fé, para o recomeço! Amém!"
Que nesse dia, que é igualmente o das Crianças, possamos "sentir profundo, como um niño frente a Dios" (Violeta Parra, 1917-1967).
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