Desmatamento reduz chuvas e aumenta temperatura na Amazônia durante a seca

Foto: Greenpeace/Flickr

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04 Setembro 2025

Em estudo inédito, cientistas mensuraram os impactos da perda florestal e das mudanças climáticas sobre o bioma brasileiro.

A reportagem é publicada por Climainfo, 04-09-2025.

O desmatamento é responsável pela redução de quase 75% das chuvas e 16% do aumento da temperatura na Amazônia na estação seca. Esta é a conclusão de um estudo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) que, pela 1ª vez, conseguiram quantificar o impacto do desmate e das mudanças climáticas sobre o sistema climático do bioma.

Para chegar a estes resultados, os cientistas analisaram dados ambientais, de mudanças atmosféricas e de cobertura da terra de cerca de 2,6 milhões km² na Amazônia Legal em um período de 35 anos (1985 a 2020). Assim, foi possível encontrar os efeitos da perda florestal e das alterações na temperatura, precipitação e taxas de mistura de gases do efeito estufa.

Ao todo, as chuvas apresentaram redução de cerca de 21 milímetros (mm) na estação seca por ano, sendo o desmatamento responsável pela fatia de 15,8 mm. No caso da temperatura, o aumento foi de cerca de 2oC, com 16,5% atribuídos à perda florestal e o restante às mudanças climáticas, detalharam Estadão e g1.

Em relação às emissões, o grupo observou, ao longo deste período, o aumento de taxas de dióxido de carbono (CO₂) e de metano (CH₄) foi impulsionado 99% pelas mudanças globais do clima.

O estudo, publicado na revista científica Nature Communications e destacado em sua capa, reforça a importância da Amazônia para a manutenção do clima e combate às mudanças climáticas. O artigo traz resultados importantes para qualificar estratégias de mitigação e adaptação, centrais na discussão da Conferência da ONU sobre o Clima (COP30), que acontece em Belém (PA) em novembro.

“Temos que preservar a floresta, isso fica muito claro. Não podemos transformá-la em outra coisa, como áreas de pastagem”, disse o professor Marco Aurélio Franco, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, à Folha.

Correio Braziliense, Pará Terra Boa e Agência FAPESP também abordaram os achados do estudo.

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