Para Leão XIV, o pesadelo das aposentadorias. Artigo de Luigi Sandri

Foto: Irena Carpaccio/Unsplash

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13 Agosto 2025

"Milhares de pessoas, aposentados e contribuintes, estão profundamente preocupadas com o que parece iminente: um corte (de aproximadamente 10%) nas pensões. Se essa perspectiva sombria for confirmada, não podem ser descartados protestos públicos na Praça São Pedro, com enorme repercussão midiática em todo o mundo".

O artigo é de Luigi Sandri, jornalista italiano, publicado por L'Adige, 11-08-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Em 2024, as finanças do Vaticano, em alguns aspectos, obtiveram melhorias significativas, abrindo perspectivas tranquilizadoras para o futuro. Mas, em outros, se viram diante de questões complexas que Francisco, pouco antes de sua morte, considerava ameaçadoras e extremamente difíceis de resolver, agora confiadas à direção de Leão XIV.

No final de julho – a notícia, no entanto, recebeu pouca repercussão da mídia, todos preocupados em acompanhar o concorrido "Jubileu da Juventude" – Monsenhor Giordano Piccinotti, presidente da APSA, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, numa conferência apresentou o balanço do ano passado, que ele definiu com satisfação como "um dos melhores dos últimos anos". Alguns números: "Uma arrecadação extraordinária de 62,2 milhões de euros (16 milhões a mais que em 2023), mas também uma contribuição extraordinária de 46,1 milhões de euros (8 milhões a mais dos 37,93 milhões de 2023) para cobrir as necessidades da Santa Sé e do déficit da Cúria Romana." Um dos motivos para o bom resultado financeiro, continuou, havia sido a gestão mais prudente das unidades imobiliárias controladas pela APSA (4.234 na Itália). E, além disso: "Deve-se notar, também à luz de falsas narrativas, que a APSA paga impostos diretos e indiretos sobre imóveis no território italiano. Em 2024, 6 milhões foram pagos para o imposto municipal e 3,19 milhões para o importo de renda corporativo". O balanço positivo do IOR (Instituto para as Obras de Religião, o banco do Vaticano, não de competência da APSA) também lhe permitiu doar 13,8 milhões de euros ao Papa.

Diante desses números, por que se preocupar? O próprio Bergoglio explicava isso em novembro passado, em carta ao Colégio Cardinalício: "As últimas análises aprofundadas, conduzidas por especialistas independentes, indicam um grave desequilíbrio prospectivo no Fundo de Pensões do Vaticano, cuja dimensão tende a se ampliar com o tempo. Isso significa que o sistema atual não tem condições de garantir o cumprimento das obrigações previdenciárias para as gerações futuras a médio prazo. São necessárias medidas estruturais urgentes, inadiáveis, para garantir a sustentabilidade do Fundo de Pensões, no contexto mais amplo dos limitados recursos disponíveis, e para garantir uma cobertura previdenciária adequada para os funcionários atuais e futuros, com vistas à justiça e à equidade entre as diferentes gerações. Trata-se de assumir decisões difíceis que exigirão particular sensibilidade, generosidade e disposição ao sacrifício por parte de todos".

Em seguida, ele confiou ao Cardeal Kevin Joseph Farrell, estadunidense de origem irlandesa (nascido em 1947), a gestão de toda a situação. Prevost agora o confirmará no cargo? Milhares de pessoas, aposentados e contribuintes, estão profundamente preocupadas com o que parece iminente: um corte (de aproximadamente 10%) nas pensões. Se essa perspectiva sombria for confirmada, não podem ser descartados protestos públicos na Praça São Pedro, com enorme repercussão midiática em todo o mundo. O caminho, também para Leão, é realmente estreito.

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