29 Junho 2025
"São Pedro e São Paulo nos ensinam que todos temos uma missão no mundo: a de torná-lo melhor. E que, mesmo sabendo que as dores são inevitáveis, é preciso andar com fé", escreve Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ, ao comentar a festa de São Pedro e São Paulo.
Nesse domingo celebra-se São Pedro e São Paulo. Contemporâneos que pouco se viram, assemelham-se como pioneiros do cristianismo, mas eram bem diferentes.
Pedro rude pescador, arrebatado, corta a orelha de soldado que queria prender o Cristo. Cristo que ele, Pedro, iria renegar logo depois - atitude que o fez "chorar amargamente"...
Paulo mais letrado, epistolar (escritor) apostolar, perseguia cristãos, até literalmente cair do cavalo na estrada de Damasco e mudar de postura...
Pedro e Paulo que amargaram, por sua fé, prisão e martírio: "combati o bom combate, terminou minha jornada, guardei a fé" (2 Timóteo, 4,7).
Pedro pedra fundamental (Mateus, 16, 13-19), tido como "primeiro papa" (sem a mínima pompa!), cujo despojamento é reiterado, em nosso tempo, pelo seu xará Casaldáliga (1928-2020): "Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar".
Paulo, o apóstolo das gentes, insistia na primazia do amor ("nada tendo mas possuindo tudo"), e nisso é atualizado em nossa época pelo seu xará Leminski (1944-1989) em "Contranarciso": "O outro que há em mim é você, você, você. Assim como estou em você eu estou nele, em nós, e só quando estamos em nós estamos em paz, mesmo que estejamos a sós".
Como a de Manuel Marins, que, diante da perda trágica e devastadora de sua filha Juliana, na montanha vulcânica da Indonésia, não perdeu sua crença: "Voa, Juju, voa! Voa para os braços do Pai Eterno, que te aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito".
Grandezas!