Cardeal Marx: No fim, é sempre sobre poder

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09 Abril 2025

Movimentos de direita em todo o mundo estão tentando ganhar maior legitimidade com a ajuda da religião, adverte o cardeal de Munique, Reinhard Marx. É importante estar vigilante também quanto a uma futura eleição pontifícia.

A reportagem é publicada por Katholisch, 08-04-2025.

O cardeal-arcebispo de Munique, dom Reinhard Marx, vê a luta pela defesa do centro, também na Igreja, longe de ser vencida. No fim, é sempre sobre poder, diz Marx em uma entrevista publicada online antecipadamente pelo suplemento "Christ und Welt" (de quinta-feira) da revista Zeit: "Quem tem a palavra, é isso que é disputado, não sobre a Trindade!" A questão controversa é quem possui a verdade e quem a interpreta. "Não funciona quando uma instituição afirma saber o que Deus pensa. Quem diz que temos a única chave para ele está abusando da fé e provavelmente no final também de Deus".

A Igreja Católica, em particular, muitas vezes exagerou em sua história no que diz respeito à pretensão de controle sobre o homem e à pretensão de interpretar a verdade, admitiu o arcebispo de Munique e Freising. Segundo ele, no entanto, existe atualmente um movimento de direita em todo o mundo que entende a religião como um kit de ferramentas ideológicas. "Você pega o conteúdo individual, transforma-o em sua própria ideologia e tenta ganhar maior legitimidade. E estou convencido de que essas pessoas estão até pensando: como podemos influenciar a direção da Igreja até a eleição do Papa?"

Questionado se o poder de um populista de direita como o do americano Steve Bannon se estende ao conclave, Marx respondeu: "Ele talvez gostaria disso. No entanto, eu digo: Cuidado!" Em sua opinião, está completamente aberto qual dinâmica se desenrolará em um conclave. "Também não consigo perceber que existem grupos que se coordenam entre si. De qualquer forma, não estou envolvido".

"Temos que levar todos conosco"

O cardeal também comentou sobre o tema da migração, que não deve ser vista apenas como uma ameaça à segurança interna. "Somos um país de imigração, e isso é uma coisa boa – espero esse sinal de um chanceler Friedrich Merz e do novo governo federal", disse ele. Deve ficar claro que somos gratos pelas pessoas que imigraram para a Alemanha. "Por experiência própria, eu sei: reabilitação, cuidados, hospital – poderíamos fechar isso sem a imigração", enfatizou Marx. As negociações de coalizão não devem, portanto, ser sobre onde os parafusos podem ser apertados na migração. "Precisamos de humanidade e ordem – isso também! – para tornar a imigração positiva".

Ao mesmo tempo, ele alertou contra a condução de debates intelectuais de tal forma que eles pareçam se separar da realidade da vida das pessoas. "Mas é tudo uma questão de não nos deixarmos jogar uns contra os outros na sociedade". A ideia de que as minorias também devem ser tidas em conta e a discriminação deve acabar continua a ser correta. "Mas se for dada a impressão de que toda minoria merece mais atenção do que a grande maioria daqueles para quem o casamento e a família são importantes, então abrimos a porta para os sedutores do povo sem necessidade. Temos que levar todos conosco". A Igreja está tentando construir pontes entre diferentes posições, disse Marx.

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