03 Março 2025
Cecilia Becattini responde perguntas sobre o estado do Papa, que se recupera do broncoespasmo de sexta-feira
Cecilia Becattini é professora de Medicina Interna em Perugia e presidente eleita da sociedade científica da disciplina (Simi).
A entrevista é de Michele Bocci, publicada por La Repubblica, 03-03-2025.
Após 48 horas da crise de sexta-feira, o risco de pneumonia aspirativa passou?
Quando as complicações se sobrepõem a um quadro respiratório complexo, como o do Papa, é difícil dizer qual o tempo de resolução definitivo. Se nos afastarmos da fase aguda, no entanto certamente, o risco tende a diminuir. E por enquanto parece estar superado.
A mudança para a oxigenoterapia de alto fluxo é algo positivo?
Certamente. Geralmente é feito um desmame progressivo, desde a ventilação não invasiva até cuidados menos complexos. A oxigenoterapia de alto fluxo é uma ventilação que auxilia na respiração espontânea. Nos últimos dias, o Papa usou um dispositivo que fez seu peito se expandir.
Com o que o oxigênio de alto fluxo é fornecido?
É utilizada uma cânula nasal que fornece oxigênio de alto volume e alto fluxo. Ele pode não mais usar uma máscara.
Esses altos e baixos, com duas crises que aconteceram durante a internação, que sequela eles podem deixar?
Eles podem exigir um tempo de recuperação maior. Provavelmente revelam uma condição de fragilidade, ligada às patologias anteriores do Papa. Sabemos que ele tem um problema respiratório crônico.
Então pode haver uma recuperação?
Claro, será mais lento, mas pode acontecer. Precisamos continuar com a fisioterapia respiratória, que já começou no hospital.
Quanto tempo pode levar para ele receber alta?
É difícil dizer, mas com tudo o que aconteceu, é provável que ele precise de mais 10 a 15 dias no hospital.
Nos últimos dias o Papa nunca mais teve febre. Este é um indicador importante?
Os dados são positivos. Normalmente, porém, nessas condições, é usada cortisona, que com seu efeito anti-inflamatório também pode reduzir qualquer febre.
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