08 Novembro 2024
O ministro cessante da Defesa de Israel, Yoav Gallant, alertou na quinta-feira os familiares dos reféns que ainda estão na Faixa de Gaza que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está mantendo tropas no enclave sem motivo, segundo vários meios de comunicação israelenses, poucas horas depois de ter sido demitido.
A informação é publicada por El Diario, 07-11-2024.
Num encontro com as famílias dos sequestrados, Gallant garantiu que “não há mais nada a fazer em Gaza. Os principais objetivos foram alcançados”, relata o canal de notícias israelense 12.
O responsável, cuja destituição entrou em vigor esta tarde, disse ainda que o presidente tem a palavra final nas negociações para a troca de reféns com o Hamas, e que tanto ele como os militares já acreditavam em julho que o momento era o ideal para chegar a um acordo, segundo o jornal israelense Haaretz.
Netanyahu anunciou a demissão de Gallant na noite de terça-feira, depois de meses de rumores sobre a sua intenção de se livrar de um dos ministros mais poderosos e que mais se lhe opôs em questões como a gestão da guerra em Gaza, as negociações para libertar os reféns ou a isenção do serviço para judeus ultraortodoxos.
Já na noite da sua demissão, Gallant advertiu num discurso que a principal razão para a sua demissão foi a sua “posição firme sobre o recrutamento universal (incluindo judeus ultraortodoxos), o compromisso de resgatar reféns e a necessidade de uma comissão estatal de inquérito” até 7 de outubro.
O atual ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, substituirá Gallant na chefia da pasta da Defesa, e espera-se que o ex-aliado de Netanyahu, Gideon Saar, que se juntou à coalizão governamental no fim de setembro com um cargo de ministro sem pasta, assuma o cargo de Katz no seu lugar.
Os principais meios de comunicação israelenses interpretam a decisão de Netanyahu como uma tentativa de consolidar o seu poder sobre o país, numa altura em que as forças israelenses mantêm duas ofensivas paralelas (em Gaza e no Líbano) e a tensão com o Irão e os seus grupos satélites continua a crescer.
O ministro cessante da Defesa israelense, Yoav Gallant, despediu-se esta quinta-feira do seu cargo, agradecendo o “apoio extraordinário” dos Estados Unidos na ofensiva israelense contra Gaza, numa conversa telefônica com o seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin.
“Obrigado ao secretário Austin e ao governo dos Estados Unidos pelo seu apoio extraordinário durante a hora mais sombria de Israel”, disse Gallant, referindo-se ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 contra Israel, que deixou cerca de 1.200 mortos e 250 feridos na ofensiva israelense contra Gaza, que causou a morte de 43.469 palestinos e o ferimento de outros 102.561.
Desde o início da ofensiva, os Estados Unidos, principal aliado de Israel, gastaram entre 17,9 mil milhões de dólares e 22 mil milhões de dólares em ajuda militar, segundo a agência EFE.
“Expressei minha profunda gratidão ao secretário por sua colaboração e seu profundo compromisso com a cooperação de defesa entre nossos países e com a segurança do Estado de Israel”, escreveu Gallant em sua conta na rede social X (antigo Twitter). Segundo Gallant, os laços entre os dois estados são “fundamentais para a segurança e prosperidade do Estado de Israel e do povo judeu”.
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Yoav Gallant alerta que Netanyahu mantém o Exército em Gaza sem motivo em sua despedida do Ministério da Defesa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU