Água para consumo humano, cada vez mais escasso

Relatório da ONU-Água e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente constatou que lagos e rios, águas de superfície, estão encolhendo ou desaparecendo completamente em 364 bacias hidrográficas ao redor do mundo. Mais: a qualidade da água doce disponível vem se degradando desde 2017. A estimativa é que até 2030 pelo menos 3,3 bilhões de pessoas em mais de 100 países terão estruturas de governança ineficazes para equilibrar as demandas de água.

A reportagem é de Edelberto Behs.

Em muitas áreas do mundo o fluxo dos rios diminuiu e cursos de água superficiais estão encolhendo ou até desaparecendo. Exemplos podem ser buscados no Brasil. A intensificação da seca na Amazônia, informa reportagem do ClimaInfo, pode inviabilizar o transporte fluvial e isolar Manaus. O Rio Negro banha Manaus. Localidades na bacia do Solimões já sofrem com a falta de água potável. A região com o rio mais volumoso do planeta, com a maior bacia hidrográfica do mundo, sente os efeitos do clima, mas não só isso.

A alteração de ecossistemas hídricos se agrava por fatores como poluição, construção de barragens, conversão de terras, extração excessiva e mudança climática. Segundo o relatório da ONU-Água, o fluxo de rios diminuiu em 402 bacias hidrográficas do mundo, um aumento de cinco vezes desde 2000. Cerca de 90 países, principalmente na África, Ásia Central e Sudeste Asiático enfrentam a degradação de ecossistemas de água doce.

Embora o Brasil disponha cerca de 12% da disponibilidade de água doce do planeta, com 12 regiões hidrográficas, o MapBiomas estimou, em 2021, que 15,7% da água disponível para consumo se perdeu no país nos últimos 35 anos. Dos municípios brasileiros, 58% utilizam mananciais de águas superficiais para seu abastecimento; os outros 42% buscam esse recurso nos mananciais subterrâneos.

Cerca de 97% das águas do planeta estão nos oceanos; os 3% restantes são fontes de água doce, mas apenas 1% desse volume não está congelada nas geleiras. A maior parte da água doce (90%) está no subterrâneo. O que sobra, o equivalente a 0,1% de toda água disponível para consumo no planeta, é que está sendo perdida para os diferentes fatores, muitos provocados pela ação direta das pessoas.

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